segunda-feira, 7 de janeiro de 2008


deixo-te aqui
neste lugar de vão inverso
mundo esquerdo de um
universo recém-explodido

deixas-me aqui
vestida de música
aérea e passeante
quase nua

não há palavras
para regular o espaço
vazio
apenas deixamos o
abandono regressar
ao seu posto de vigília


(in "Olho Empírico", inédito)
Foto: "White Vase" de Mappelthorpe

Um comentário:

  1. Que beleza a platicidade deste poema, Dora! A abstração limítrofe que ele cria do espaço.

    Penso num quadro de Chagal.
    Penso neste vaso incorpóreo que navega no espaço.

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