deixo-te aqui
neste lugar de vão inverso
mundo esquerdo de um
universo recém-explodido
deixas-me aqui
vestida de música
aérea e passeante
quase nua
não há palavras
para regular o espaço
vazio
apenas deixamos o
abandono regressar
ao seu posto de vigília
neste lugar de vão inverso
mundo esquerdo de um
universo recém-explodido
deixas-me aqui
vestida de música
aérea e passeante
quase nua
não há palavras
para regular o espaço
vazio
apenas deixamos o
abandono regressar
ao seu posto de vigília
(in "Olho Empírico", inédito)
Foto: "White Vase" de Mappelthorpe
Que beleza a platicidade deste poema, Dora! A abstração limítrofe que ele cria do espaço.
ResponderExcluirPenso num quadro de Chagal.
Penso neste vaso incorpóreo que navega no espaço.