quinta-feira, 30 de maio de 2013

Africanas 2


1 e 2


1
sapatos velhos prematuros ver de perto quem te fez tão infeliz remoendo num tormento as mãos feitas de ossos que alguém roubou a carne. naquela sala escura uma luz em cima da mesa. dois homens duas mulheres e uma menina?

1997/98

2

sapatos velhos prematuros ver de perto quem te fez tão infeliz. naquela sala escura uma luz em cima da mesa. dois homens duas mulheres e uma menina?

(Letícia Tandeta)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

55

Ich bin ein Maler der aus Schatten
Das wunderbarste Bildnis malt
Und teurer seine Farben zahlt
Als andre ihre vollen satten

Wenn keiner mehr von ihren prahlt
Erglühen noch die meinen matten
Wie über schweren Grabesplatten
Ein altes Mosaik erstrahlt

Und doch steht Nacht vor meinen Augen
Von Tränen deckt sie ein Visier
Sie müssens aus dem Innern saugen

Mit sehnsuchtstrunkener Begier
Dann wird es als ein Urbild taugen
Dir selber ähnlich ähnlich mir.

Walter Benjamin


55.

Sou um pintor que as sombras usa
e o mais feliz retrato pinta
e paga mais por cada tinta
do que outros sua cor profusa

Se mais ninguém nela requinta
a chama os meus tons frouxos cruza
qual placa fúnebre em que a luz a
velho mosaico se consinta

Mas têm meus olhos noite à beira
e os velam lágrimas e assim
por dentro bebem tal viseira

com saudade ébria em frenesim
então será forma primeira
a ti igual igual a mim.


Walter Benjamin, traduzido por Vasco Graça Moura

Africanas 1


maluco beleza

quando via um manequim de mulher
numa loja de roupas femininas
corria pro banheiro do primeiro boteco.

um dia roubou
meio manequim duma loja disrtraída
de mulheres distraídas. 

ia pela rua com o corpo abraçado
a dizer
é o que me basta
é o que me basta.



elesbão ribeiro
28/05/13

terça-feira, 28 de maio de 2013

teoria oito das partes do universo

para silvano fidelis

da perspectiva azul um cós de calça
a linha africana dos semblantes cor
no capote nas mangas traço nuvem
as bandeirolas deixaram de ser que

foram neste exercício de completas
as voltas do cair costuram a mecha
da medida a sorna o alumbramento
da terra nua da terra por em insular

e atravancar na garganta dos sábios
meu vodu de atabaques e requebros
as perspectivas das minhas dornas
nelas o vinho dessas moças soltas

ironia benfazeja gozo riso dentes
sobre a poeira os desertos findos
a cor dos panos da costa os seios
beijam o céu e desafiam a morte


(oswaldo martins) 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aula do Kama Sutra

Com um copo com embutidos de lazúli
espera por ela

Sobre o lago em volta da tarde e o perfume de flores
espera por ela

Com a paciência do cavalo pronto para descer a montanha
espera por ela

Com o bom gosto do príncipe magnífico
espera por ela

Com sete almofadas cheias de nuvens leves
espera por ela

Com o fogo do incenso mulher enchendo o lugar
espera por ela

Com o cheiro do sândalo homem em redor do dorso dos cavalos
espera por ela

E não tenhas pressa, e se ela chegar depois da hora
então espera por ela

E se ela chegar antes da hora
então espera por ela

E não assustes os pássaros que estão nas suas tranças
e espera por ela

Para que ela se sente descansada como um jardim no cimo da sua beleza
e espera por ela

Para que respire este ar estranho no seu coração
e espera por ela

Para que levante o vestido das suas coxas, nuvem por nuvem
e espera por ela

E trá-la à varanda para ver uma lua afogada em leite
espera por ela

E oferece-lhe água antes do vinho, e não
olhes para as perdizes gémeas a dormir sobre o seu peito
e espera por ela

E toca-lhe a mão devagarinho quando
pousa o copo sobre o mármore
como se lhe levasses orvalho
e espera por ela

Fala com ela como uma flauta
com a corda assustada de um violino
como se fôsseis os dois testemunhas do que o amanhã vos prepara
e espera por ela

Ilumina-lhe a noite anel por anel
e espera por ela
até que a noite te diga:
não ficaram senão vós dois no mundo

Portanto leva-a com cuidado para a tua morte desejada
e espera por ela

Mahmûd Darwîsh

Tradução: André Simões

quarta-feira, 22 de maio de 2013

teoria seis das partes do universo


para alexandre faria

galhos de entortar bacana a língua em ramos
a piedade do mangue das mulheres em sega
o corrupio da folhas o voo o mergulho além

galhos de endireitar babacas a língua pobre
das riquezas em saídas a bangu os campos
grandes a veste de aniagem a taquara nua

galhos de entocar polícia a língua manda
em mandela nos jacarés que desnadam
nas cotas azuis do privilégio eternizado

galhos de botar dentro as falanges dos dedos
cortados a língua dos negros forros dos exus
eu, o símbolo dos mudos a língua cravadora

(oswaldo martins)

sábado, 18 de maio de 2013

maluco beleza

podia ter comprado
um gerador
para iluminar a casa
quando a luz faltasse
podia ter comprado
um lampião
para iluminar a casa
quando a luz faltasse
podia ter comprado
velas
para iluminar a casa
quando a luz faltasse
comprou laptops
para iluminar
quando a luz faltasse
cada cômodo da casa.

elesbão ribeiro
17/05/13

Pilulinha 32


O livro de Pepetela, O planalto e a estepe, editado pela Leya, não é um grande romance, embora nos sirva a nós, distantes da África, como elucidação das lutas pela independência e do período posterior, de sua fixação, o entrecho do romance é meio batido. O caso de amor que dá alguma “humanidade” ao narrador e o diferencia dos demais revolucionários serve para ilustrar tanto a desdita dos regimes autoritários ligados à antiga URSS quanto a afirmação de que a revolução seria possível se tomada aos moldes africanos. 

O hábito de ver em si, na nacionalidade, vantagens que outros povos não possuem é uma característica constante e negativa da literatura que está em formação. No Brasil, a literatura romântica e sua tradição enfadonha que nos acompanha até os dias de hoje, com raríssimas exceções, principalmente localizadas no período que vai de 1922 a 1960, apresenta exatamente a mesma direção, que teima em verificar a existência do nacional no concerto do mundo ou como vantagem ou como cópia. 

Por isso é necessário que surja um Machado de Assis que lhes dê uma porrada certeira e permita que a deriva alcance uma nova direção. É necessário um Palha que ponha a mão no bolso e construa o discurso divergente que coloque o indivíduo na justa medida de sua sociedade e de sua inserção nos dramas universais.

(oswaldo martins)

Pilulinha 31


Os quatro contos selecionados da obra de Mario Benedetti, Histórias de Paris, editado pela Biblioteca Azul, é uma recolha extraída de três livros do autor, A morte e outras surpresas, de 1968; O hotelzinho da rue Blomet, de 1977 e Geografias, de 1984. Os quatro contos que fazem parte da recolha são ilustrados por Antonio Seguí, artista portenho. A junção do escritor uruguaio e do ilustrador argentino faz de Histórias de Paris um livro agradável à leitura.

Se agradável à leitura, entretanto, a coletânea dos contos e as ilustrações são ao mesmo tempo pungentes. Tratam de pequenas inserções na vida dos exilados da vida e das ditaduras que vicejaram como ervas daninhas no continente americano. Ao contrário das narrativas que tematizaram o tema de frente, os contos de Benedetti fazem da perspectiva mínima o seu recorte. São avassaladores. Uma suspensão no tempo que se configura na busca da geografia perdida do país de origem, através de um jogo de relembranças dos espaços que foram sumindo ao longo do período do exílio na cidade e no corpo dos corpos mutilados pela tortura. Através das habitações modestas e o sem fazer do cotidiano de uma cidade estrangeira que destila solidão. Através da distração que faz o exilado retornar e ser encapuzado ou da noite passada no metro fechado.

Histórias de Paris constrói, com sua curiosa despretensão, um retrato definitivo das agruras, da dor que perseguem as pessoas que viveram o arbítrio americano.

(oswaldo martins)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

celebração


as rapinas se vão sem adeuses
são filhas da puta, essas aves

bicaram o fígado de meu filho
bicaram o fígado de meu neto

são filhas da puta, essas aves
que se vão sem aplausos

antes apupos acompanham
a descida aos infernos

das aves que dizimaram
o caráter de um povo


*

com seus bigodes
com suas pregas
com suas rezas

que deem o cu
em outro lugar

e deixem-nos livres
as maõs
os braços

e levem os outros
os ustras

dependurados
em paus de arara

*

depois calcinemos
a terra com cusparadas

para deixarmos seu cadáver
aos cães


(oswaldo martins)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mano Décio da Viola

hospício


os portões as insígnias
os camisolas-paxá as agulhas

os desviados que os levam para lá
os deuses

empilham em mundos os objetos
sujeitos à desordem

constroem construtos exatos
tão à força das mãos

que alfabetizam os nomes
das coisas que se perderam

(oswaldo martins)

terça-feira, 14 de maio de 2013

poema russo*

1

dizia Lucha
para Aleksandr
se um dia me deixares
Sacha
não encontrarás mulher que te queira
tu és feio Aleksandr.

2
diz agora Lukiéria
não me deixes
Sacha
assim velha
não há homem que me queira.
elesbão ribeiro
13e14-05-13

*brincando com as notas de pé de página feitas por Boris Schnaiderman, na tradução de Ganhando meu pão, segundo volume da trilogia memorialista de Maksim Górki.
Lucha e Sacha são diminutivos-apelidos de Aleksandr e Lukiéria, como informa Schnaiderman.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

CÂNTICO DO TROMPETE


Todo trompete
tira o medo
da noite
DEDOS
em alquimia
subir
descer
para
alhures
romper
couraça
de assombração
túnel sem
paredes
a tocar
tocar
tocar
a pétala
úmida

Luiz  Fernando Medeiros,
13/05/2013

domingo, 12 de maio de 2013

Anillos de ceniza


 A Cristina Campo

Son mis voces cantando
para que no canten ellos,
los amordazados grismente en el alba,
los vestidos de pájaro desolado en la lluvia.

Hay, en la espera,
un rumor a lila rompiéndose.
Y hay, cuando viene el día,
una partición de sol en pequeños soles negros.
Y cuando es de noche, siempre,
una tribu de palabras mutiladas
busca asilo en mi garganta
para que no canten ellos,
los funestos, los dueños del silencio.

(Alejandra Pizarnik)

Octavio Paz


Todos os diaas descubro

Segundo um poema de Fernando Pessoa

Todos os dias descubro
A espantosa realidade das coisas:
Cada coisa é o que é.
Que difícil é dizer isto e dizer
Quanto me alegra e como me basta
Para ser completo existir é suficiente.

Tenho escrito muitos poemas.
Claro, hei de escrever outros mais.
Cada poema meu diz o mesmo,
Cada poema meu é diferente,
Cada coisa é uma maneira distinta de dizer o mesmo.

Às vezes olho uma pedra.
Não penso que ela sente
Não me empenho em chamá-la irmã.
Gosto porque não sente,
Gosto porque não tem parentesco comigo.
Outras vezes ouço passar o vento:
Vale a pena haver nascido
Só por ouvir passar o vento.

Não sei que pensarão os outros ao lerem isto
Creio que há de ser bom porque o penso sem esforço;
O penso sem pensar que outros me ouvem pensar,
O penso sem pensamento,
O digo como o dizem minhas palavras.

Uma vez me chamaram poeta materialista.
E eu me surpreendi: nunca havia pensado
Que pudessem me dar este ou aquele nome.
Nem sequer sou poeta: vejo.
Se vale o que escrevo, não é valor meu.
O valor está aí, em meus versos.
Tudo isto é absolutamente independente de minha vontade.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)


Todos los días descubro…
Octavio Paz

Según un poema de Fernando Pessoa

Todos los días descubro
La espantosa realidad de las cosas:
Cada cosa es lo que es.
Que difícil es decir esto y decir
Cuánto me alegra y como me basta.
Para ser completo existir es suficiente.

He escrito muchos poemas.
Claro, he de escribir otros más.
Cada poema mío dice lo mismo,
Cada poema mío es diferente,
Cada cosa es una manera distinta de decir lo mismo.

A veces miro una piedra.
No pienso que ella siente,
No me empeño en llamarla hermana.
Me gusta por ser piedra,
Me gusta porque no siente,
Me gusta porque no tiene parentesco conmigo.

Otras veces oigo pasar el viento:
Vale la pena haber nacido
Sólo por oír pasar el viento.

No sé qué pensarán los otros al leer esto
Creo que ha de ser bueno porque lo pienso sin esfuerzo;
Lo pienso sin pensar que otros me oyen pensar,
Lo pienso sin pensamientos,
Lo digo como lo dicen mis palabras.

Una vez me llamaron poeta materialista.
Y yo me sorprendí: nunca había pensado
Que pudiesen darme este o aquel nombre.
Ni siquiera soy poeta: veo.
Si vale lo que escribo, no es valer mío.
El valer está ahí, en mis versos.
Todo esto es absolutamente independiente de mi voluntad.

sábado, 11 de maio de 2013

fado lisboeta


não nacheu na madragoa
nem era fadichita
mas como qualquer peshoa
como qualquer fadichita
pendurava no varal da janela
a camisa do marido pra ver se ele dechia.

elesbão ribeiro
07/05/13.

Comandas


comanda

use
não é proibido.
abuse
não é proibido.

elesbão ribeiro
07/05/13

comanda 2

use
não é proibido
é permitido.
abuse
não é proibido
é permitido

elesbão ribeiro
07/05/13

Bricanagem 7


nada iguala a fina percepção
de que noite e dia
pelejamos contra o nada
ao qual em vão nos agarramos como náufragos

na frívola batalha de vida ou morte
somente a conquista de ouro e pérolas
suplanta esse bailado mental
estonteante e inútil

templos se erguem, promulgam-se leis
elevamos clamores a altíssimas paragens
na ilusão de prender nas mãos
o raio de luz indomável

a ele se assemelham
nossas turvas convicções
as filosofias mais estouvadas
que despencam todas no rol de coisa alguma

sexta-feira, 10 de maio de 2013

a moça e o nobre



para alessandra martins

ante  a pata do nobre
que enverga

roupas e peitilhos
de puta

a moça quebra
a luz

rouba a cena
e como todo mundo

brilha

(oswaldo martins)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

orfeu


os céleres sátiros
e a cona funda das ninfas

vigiam orfeu

oferecem café bolachas
e ceras para os ouvidos

vivem a disputar
as pequenas rachaduras

que os deuses erigiram
em deleite

e

gozo

(oswaldo martins)

Do Invenção de Orfeu


Hoje há uma mulher nesse sol-posto,
ora não, ora meiga, ora alvadia.
Ontem revendo-a, muda-se o meu rosto
assustado em cegueira, que não via.

Certa vez a revi em findo agosto:
não era o mesmo canto que eu ouvia;
o seu pranto expirava um outro gosto,
retinia o seu bronze outra alegria.

Tendo vindo do céu chuvas antigas,
essa ofélia dos ares semeou-se:
houve joio e houve trigo sobre o humo.

E a semente do joio nasceu triga,
e uma parte do trigo transformou-se
em sombra ou coisa menos do que fumo.

Sarau de Manginhos


Elesbão no entardecer da Biblioteca Parque de Manguinhos


Marli, tendo ao fundo Dona Maria


Dona maria, Mozi e Elesbão


Nosso poeta convidado, Anderson, o trovador elétrico


Elesbão, discontraído, preparando-se para ler umd e seus poemas


Close em Dona Maria


Eu


Bete, cantando

O planalto e a estepe


Duas irmãs que moravam numa cubata à entrada da cidade recebiam os estudantes. A cubata era no meio dos eucaliptos por trás do liceu, bem camuflada por ravinas e árvores. Os estudantes geralmente iam aos pares. Fomos também formando par, mas aceitaram só a mim e não ao que era da cor delas. Foi o que me disseram da primeira vez. Tu está bem, que és branco, mas ele não. Ele era o filho mais velho do Kanina, o João. Tínhamos dinheiro para os dois, dinheiro que levei tempo a roubar na máquina de costura da minha mãe, aos poucos. Mostrámos o dinheiro. A que me tinha interessado, talvez por ter o lábio debaixo atravessado por uma cicatriz clara, sorriu, tu podes, vem comigo. Ele não, disse a irmã. O dinheiro é igual, disse o João. Pois, mas a cor não é, disse a irmã.
   Racismo? De negro para negro?
   A minha era muito jovem. Ensinou-me a fazer sexo. Eu só queria provar, mas não sabia como, apesar das lições dadas por amigos experientes. Ela foi paciente, depois até gostou, disse-me. O João ficou fora da cubata, a dar pontapés nas árvores, furioso e impotente, o inútil dinheiro na mão. Esperou no entanto por mim. Demorei, porque quis mais. Como é a tua primeira vez, podes repetir sem pagar de novo, disse a puta, mas só desta vez. Fizemos e eu ainda gostei mais. Ela também, confessou. Acreditei, sempre fui crédulo. De facto ela estremeceu, senti os estertores no corpo dela mas estava no céu, podia ser um sonho. No fim perguntei, mas como recusas um da tua cor? Porque se um branco souber que me deitei com um negro, não vai querer se deitar mais comigo. E os brancos é que têm dinheiro.
   Racismo, sim, mas dos brancos.

(O planlto e a estepe - Pepetela)

sábado, 4 de maio de 2013

cinemateca


cine ridan ( cinemateca 7)

burt lancaster
deixando gina lollobrigida
cair do trapézio
em ruas de Piedade.

elesbão ribeiro

03/05/13



anselmo duarte

um burro morto sobre uma cruz
como se fosse um homem.

elesbão ribeiro

03/05/13

Lançamento de A folha como véu




Luiz Fernado Medeiros de carvalho, autografando livro sobre a poesia de Armando Freitas Filho

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Dois poemas de Lúcia Leão


noite

o carro preto novo
com suas luzes brancas
assusta corujas e gambás
vizinhos
fecham janelas
e portas

mais tarde
um vestido é dobrado sobre uma cadeira
um corpo confia que está pleno
e não precisa se trancar
na escuridão

(Lúcia Leão) 


em liberdade

é feriado
vá a um museu
cumprimente os guardas
e sufoque esse grito

ao contrário do famoso quadro
com o rosto desfigurado
algumas nuvens e nada em branco

desenhe outra ponte

(Lúcia Leão)

Cesar Cardoso





CARAS AMIGAS E CAROS AMIGOS:
CESAR CARDOSO, EDITORAS BIRUTA E PAULUS,
LIVRARIA BLOOKS E A FLIST
CONVIDAM PARA A TARDE DE AUTÓGRAFOS DOS LIVROS
CAPOEIRA CAMARÁ
E
O QUE É QUE NÃO É?
SÁBADO, 4 DE MAIO DAS 13 HORAS ÀS 14 HORAS.
NO CAFÉ LITERÁRIO LYGIA BOJUNGA,
PARQUE DAS RUÍNAS
RUA MURTINHO NOBRE, 169 –
SANTA TERESA – RIO DE JANEIRO.


o bem achado


era bem apanhado
bem situado
tinha atrás de si
mais mulheres
do que pode ter um homem
casou-se com uma rapariga miúda
com cara de empregada doméstica
vinda do Norte.

elesbão ribeiro
01/05/13