quarta-feira, 15 de agosto de 2018

aforismos circulares


1
a arte é banana de dinamite, explodindo sobre o nada.
2
o nada, um campo aberto sobre o qual há centelhas aleatórias.
3
a junção das fagulhas cria uma explosão que alarga o nada em outra nada mais amplo.
4
nadificada pelo nada a vida se recoloca trágica e anônima.
5
trágica e anônima a vida tende às fagulhas e ao campo aberto da aleatoriedade da arte.

(oswaldo martins)

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Grupo de Leitura


Grupo de Leitura

O objetivo dos encontros está em colocar em circulação ideias e discussões sobre romances seminais da Literatura Universal. Serão quatro encontros mensais. Com duas aulas dedicadas ao estudo do autor, da época, da série literária em que se insere o livro e dois romances lidos.

Programação

Livro 1 – Dom Casmurro
Encontro 1 – dia 04/09 – Apresentação sobre Machado de Assis
Encontro 2 – dia 11/09 – Debate sobre o livro
Livro 2 – Sonata a Kreutzer – Lev Tolstói
Encontro 3 – dia 18/09 – Apresentação sobre Lev Tolstói
Encontro 4 – dia 25/09 – Debate sobre o livro

Local: Rua Pires de Almeida 76/201- Laranjeiras
Duração dos encontros 1:30 h.
Custo: 400,00 reais os quatro encontros
Horário: das 20:00 h às 21:30 h
Mediador de leitura: Oswaldo Martins

Inscrições pelo tel 981438622

Obs: O grupo se formará com o mínimo de 4 pessoas e o máximo de 6 pessoas.

Oswaldo Martins, nascido em Barbacena – MG, em 1960, reside no Rio de Janeiro desde 1979. Fez graduação em Letras (Português-Literatura), pela PUC-RJ o mestrado (Literatura Brasileira), pela UERJ. Autor dos livros desestudos (2000 -  7 Letras / 2015 TextoTerritório); minimalhas do alheio (2002 – 7 Letras / 2015 – TextoTerritório);  lucidez do oco (2004 – 7 Letras / 2015 – TextoTerritório) cosmologia do impreciso (2008 – 7 Letras); língua nua (com ilustrações de Elvira Vigna 2011 – 7 Letras); lapa (2014 – TextoTerritório); manto (2015 – TextoTerritório). Tem no prelo o livro paixão (sobre imagens de Roberto Vieira da Cruz), a sair no ano de 2018.

Fez os roteiros dos filmes Urânia, poema de Alexandre Faria (com Felipe David Rodigues – 2009); Venta-não, (com Felipe David Rodrigues e Alexandre Faria – 2013). É editor da TextoTerritório.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

desimitação de safo


as moças acorriam aos jardins de safo
asseguravam-se dos movimentos
dos passos leves
da vinha

nas academias aprendiam
a ardentia de suas rosas loucas

em seus peitinhos safo arranjava
flores de mirto e o sabor da hortelã

eros então dispunha
águas e temperos aéreos

as moças observavam a lua as constelações
quase nuas e deitadas a terra indagavam
da construção de espantos

cedo abandonavam seus pais

por eros
por safo

por lesbos – ilha de amores

(oswaldo martins)

desimitação de hafiz

todo meu gozo é beber vinho
dos amados lábios
(hafiz)

os lábios tintos
de uma puta

dançam o mambo-jambo
com as pernas trêmulas

a chamar, carlinda,
pequena vadia,

minha hortelã
minha sífilis

gozo e extermínio
de meus dias

(oswaldo martins)

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

poema do novo livro - paixão


cervantes e aleijadinho

costas são documentos de inverdades
lanham-se nas possessões de espanha
tal triste figura a beber nas tavernas
como se da cruz o copo compusesse

dulcinéias em madalenas de pedras