quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

a mendiga de cristo

uma madalena com os seus vícios
sem pregas e agradecimento uma
a nos pedir mais mais e mais ressuma
o gozo que dos pés até o fictício

céu das bocas grita por nomes crus
uma, ofegante de prazer nos corpos
túrgidos, a que se deitasse nua
sobre o deserto e – cega de calor –

mais nas coxas firmes na racha a sede
de eternidade rogasse, a que contra
a morte se insurgisse, a que seus pares

com as pernas abertas para o flerte
convocasse à comunhão dos bares
e, como sempre, estivesse pronta.

(oswaldo martins)

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