quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Carioca

Canal contido

como se não pudesse
como se o despotismo do mar
fosse amolação

Lá em cima
rodas e pernas

Aqui embaixo
o sangue
existe

rio
que ninguém vê
nem sabe
entreabre-se
como dobra em cantos

Lá em cima
rodas e pernas

E o fluxo contido
sístole diástole

rio que não inunda
que ninguém vê
nem sabe

emparedado
rio que ri
do inchaço inútil
do impossível
fluxo

rio que não passa


Luiz Fernando de Carvalho
20 de junho 2007

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