VII
Misael já havia saído. Deixou a mesa posta – bolos, biscoitos e leite – a louça que usou de manhã já estava lavada – no bilhete, sobre a mesa, benzinho e um conselho para que dormisse. Jogo a cabeça para trás e rio, com vontade. Mordo um pedaço de bolo, farelos caem de minha boca, sujam a mesa, o chão da sala, do corredor – do banheiro, onde me sento para uma mijada boa e quente. A cama está feita, há bom dinheiro sobre a escrivaninha – tiro minha roupa e durmo de uma só tacada.
Misael era baixinho e careca – parecia um sapo, desses que gritam grosso, que enchem o papo, que se olham no espelho e saem de brilhantina nos bigodes e cabelo para a Rua do Ouvidor. Era das antigas, o homem. Tinha já 63 anos, era funcionário público – da Fazenda, uma carreira a respeitar.
Misael era baixinho e careca – parecia um sapo, desses que gritam grosso, que enchem o papo, que se olham no espelho e saem de brilhantina nos bigodes e cabelo para a Rua do Ouvidor. Era das antigas, o homem. Tinha já 63 anos, era funcionário público – da Fazenda, uma carreira a respeitar.
(oswaldo martins)
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