quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Desestudos

2

todo
o mar

as quilhas
o farol das cobras

a ilha apagada

(oswaldo martins - desestudos - doze estudos para marinhas)

4

desver a cidade
é um ato
uma prática

sem olhos
sem sentidos

fundamento errático

sob o vão
do próprio

sovaco

(oswaldo martins - desestudos - Doze estudos para caos e linguagem)

3 comentários:

  1. Meu total apoio ao seu trabalho como poeta e continue sendo professor. A arte conquistou a liberdade de fazermos o que quiser com as palavras, nosso dever é mantê-la.

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  2. Caro Oswaldo,

    Quem escreve é Rachel Nunes, professora, que trabalhou contigo na Estácio de Duque de Caxias. Também tenho um blog, e publicarei, nos próximos dias, uma mensagem acerca da sua absurda demissão da Escola Parque. Gostaria, para ilustrar a mensagem, de uma foto sua mais nítida do que a que está publicada em seu blog. Se quiser visitar o meu antes de enviar a foto, o endereço é http://rf-nunes.zip.net/

    A foto pode ser enviada, por favor, para o e-mail: rachelsnunes@ig.com.br

    Desde já agradeço, oferecendo minha solidariedade.

    Rachel Nunes

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  3. Caro professor, sou jornalista,moro em São Paulo, tia de um de seus ex-alunos da sexta série da Escola Parque da Barra. Não coloco o nome dele aqui para não expô-lo no blog, mas caso queira saber, direi por e-mail. Fiquei sabendo ontem de sua demissão da escola quando perguntei a meu sobrinho se o seu livro - sobre o qual ele havia comentado comigo - já havia sido lançado. Ao perguntar-lhe o motivo da demissão, ele me disse que era porque o senhor faz poesia erótica. Achei que era exagero de criança e que haveria realmente um motivo para sua demissão. Minha irmã me disse que tb havia ouvido falar sobre isso e que a história estava muito estranha, que entraria em contato com a diretoria da escola para saber. Eis que hoje recebo um e-mail com o texto de Jorge Coli comentando a decisão absurda da escola Parque. Já não bastasse a atitude puritana ridícula da direção que havia proibido os alunos de lerem Crônica de uma morte anunciada, porque havia palavrão. Ora, conheço meu sobrinho e alguns de seus colegas. Eles conhecem uma lista de palavrões muito mais extensa do que merda e buceta que constam no livro - e contextualizados. E, até onde consigo acompanhar a distância, são garotos muito bem-educados que sabem que palavrões não devem ser ditos em certos ambientes e situações. Nunca ouvi meu sobrinho dizer um palavrão para os pais ou na casa dos avós. Pior ainda foi a direção da escola ter proibido e depois liberado - ponto para o livro de Garcia Marquez, que certamente se tornou muito mais interessante para as crianças depois da proibição.
    Fiquei me questionando ontem a respeito da escola onde meu sobrinho estuda. Quando minha irmã e meu cunhado o matricularam lá (e sempre vou buscá-lo quando estou no Rio, tento acompanhar os trabalhos, exposiçoes, etc, e especialmente as leituras, já que literatura é uma de minhas paixões) pensei em como meu sobrinho era feliz por poder estudar em uma escola laica. Ontem, porém, agradeci em pensamento às freiras do meu colégio de primeiro grau e aos padres do meu segundo grau. Em momento algum eles permitiram que a vida pessoal de um professor fosse questionada, nem jamais censuraram qualquer tipo de literatura e discussão entre os alunos, mesmo que questionássemos atitudes e autoridades da igreja católica. O diálogo sempre foi aberto. Muito me espanta a direção da Escola Parque tomar uma atitude nesse nível e sem deixar exatamente claros os seus motivos - tanto é que minha irmã, uma mãe presente, não estava esclarecida sobre o que aconteceu de fato. Me indigna ainda mais saber que alguns pais fizeram reclamações a respeito à diretoria, que imadiatamente as acatou. Para mim esses pais da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes que pediram sua cabeça provam que infelizmente dinheiro ainda não compra inteligência, sabedoria e dignidade. Sucesso para o senhor, professor!!! Abraços,
    Renata

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