segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

São Paulo 454

Li o post do Cláudio e lembrei da notícia que lera no sábado. Não resisti:

cena de sangue no altar da igreja da sé

numa mão faca de cozinha

foi-se infiltrando
o bafo da onça
(benedito do pagode, vulgo Benedito de oliveira, 45)
e dos famintos
à boa gente de geolhos

desavergonhados mulatos
governadores e conselheiros
(são paulo me fez assim)
papas e papisas
abades e outras bestas

a cuca dos bêbados
o fósforo mole
(mata eu são paulo eu não quero morrer de fome)
o bodum das ruas
imiscuiu-se

(rendido preso indiciado por tentativa de homicídio)

na outra cavaquinho

PS: Este poema também está na seção A dor da gente não sai no jornal, da Oficina Literária do TextoTerritório. Fica aqui o convite a participarem.

Um comentário:

  1. Belo, Alexandre, belo. Esse diálogo interessante com o texto do Cláudio.

    Oswaldo

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