quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cabral - Miró

Seria possível outra forma de composição? Seira possível devolver à superfície aquele sentido antigo que seu aprofundamento numa terceira dimensão destruiu completamente? A pintura de Miró me parece responder afirmativamente a esta pergunta. Ela me parece, analisada objetivamente em seus resultados e em seu desenvolvimento, obedecer ao desejo obscuro de fazer voltar à superfície seu antigo papel: o de ser receptáculo do dinâmico. Ela me parece uma tendência para libertar o ritmo do equilíbrio que aprisiona toda a pintura criada com o renascimento.
(João Cabral de Melo Neto - in: Joan Miró)

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