quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Meus pensamentos de mágoa

Bóiam leves, desatentos
Meus pensamentos de mágoa
Como no sonho dos ventos
As algas cabelos lentos
Do corpo morto das águas

Bóiam como folhas mortas
À tona de águas paradas
São coisas vestindo nadas
Pós remoendo nas portas
Das casas abandonadas

Sono de ser sem remédio
Vestígio do que não foi
Leve mágoa, breve tédio
Não se pára se flui
Não sei se existe ou se dói

(Fernando Pessoa)

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