sábado, 28 de março de 2020

Michael Hartnett, poesia irlandesa


(De A farewell to English)

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I say farewell to English verse,
to those I found in English nets:
my Lorca holding out his arms
to love the beauty of his bullets,
Pasternak who outlived Stalin
and died because of lesser beasts;
to all the poets I have loved
from Wyatt to Robert Browning;
to Father Hopkins in his crowded grave
and to our bugbear Mr Yeats
who forced us into exile

on islands of bad verse.

Among my living friends
there is no poet I do not love
although some write
with bitterness in their hearts;
they are one art, our many arts.

Poets with progress
make no peace or pact.
The act of poetry
is a rebel act.

*
5

Eu digo adeus ao verso inglês,
que achei, por certo, em rede inglesa:
meu Lorca estendendo seus braços
a fim de amar a beleza das balas,
Pasternak, que sobreviveu a Stálin
e morreu devido a menores bestas;
a todos os poetas que amei,
de Wyatt a Robert Browning;
ao Padre Hopkins na tumba sempre cheia
de gente, e ao nosso bicho-papão Yeats,
que nos impôs o exílio

em ilhas de maus versos.

Entre os meus amigos vivos
não há poeta que eu não ame,
ainda que alguns escrevam
com seus corações tão acres;
eles são uma arte, nossas muitas artes.

Poetas que prosseguem
não fazem paz nem pacto.
O ato da poesia
É rebelde de fato.

(Tradução Marcelo Tápia)

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