sábado, 21 de março de 2020

desimitação caolha para camões


das parcas e dos cantões cativos
que da puta madre lusitana
de almas minhas gentis tão cedo
de belém partiste esforçado
nuns versinhos tolos de brado
a caolha gente como em fado
cantaste, velho aedo, as armas
afiadas e prontas do massacre

esperam-te em angolas, brasis,
nas moçambiques ou moçárabes
terras para comerem tua língua
com línguas de veneno e fel
até que do lácio soçobre o palor
da morte lenta e despistada
de ti, vate, sem língua mais
outra que a da velha lápide

(oswaldo martins)


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