segunda-feira, 2 de março de 2020

distopia


a dor consentida em abertura
medeia o risco a boca estática
nela se perde o outrora fado
de assassinar os filhos e a si

penhasco ou veneno desafia
a quem o tecer dos artelhos
punge ponta de cigarro pua
a brocar desvios de pingentes

pelos ais dos corpos a nudez
total em cujos vértices gemem
as meninas atras o perfuro
a morder o cós da pele-rua

se de medéia fossem os nus
como o prazer dos piercings
que lhes rompessem a pele
como se a palo seco fixassem

o sexo da dor

(oswaldo martins)

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