sexta-feira, 11 de abril de 2008

pompéia

2

quando rugiu o vulcão
quando sua língua de fogo
atravessou ruelas e ancoradouros

quando verifiquei que os homens
com seus falos calcinados
fariam de mim desejo
findo

nua
no chão sem acordes
fitei o horizonte de fogo

e contra essa sarça ardente
sob meu corpo despontada

olhei pompéia – a adversa –
e salivei

em sua terra a seiva
o desatino

a sepultura

(oswaldo martins)

3 comentários:

  1. Nossa, tão forte esse poema...
    Sinestésico, com chamas e gosto de saliva...

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  2. Seria muito bom, se todos os homens tivessem o cérebro igual a de um Poeta. Com certeza todas as mulheres sensíveis seriam muito felizes. Parabéns!!!
    Realmente suas poesias invadem a alma de qualquer pessoa que tem o mínimo de sensibilidade. Bom saber que podemos contar com pessoas de sentimentos e sabedoria tão apurados, nestes loucos dias de hoje.
    Ah!!! Esqueci de falar: EU TE ADORO!!! Bjokas....
    Verônica

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