quarta-feira, 2 de abril de 2008

Poema

sermão bruto

num mundo onde naufragam
os corpos abrasados
encontro
boas razões
para o comércio da língua incerta

talvez por dilatarem
muito ávidos
os destroços da não poesia
e dos seus habitantes

é dificultoso assegurar
pensamentos levantados
na véspera de males

bom e vário acidente
é hospedar sertão e comédia


(in "olho empírico". inédito)

Um comentário:

  1. A alma da poesia neste descomércio de línguas mortas - entre o sertão e a comédia! Maravilha, Dora.

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