Jovem, de vinte e quatro anos, num barco de Tinos
chegou Emes a este porto sírio,
com a intenção de aprender o ofício de perfumista.
Contudo adoeceu na travessia. E, apenas
desembarcou, faleceu. Seu sepultamento, paupérrimo,
realizou-se aqui. Poucas horas antes de morrer, algo
disse em voz baixa a respeito de uma "casa" e de "pais muito velhos".
Mas quem eram eles ninguém sabia,
nem qual era sua pátria no extenso mundo helênico.
Melhor. Porque assim, enquanto
jaz morto neste porto,
seus pais sempre vão esperá-lo, vivo.
(K. Kaváfis. Trad. Ísis Borges da Fonseca)
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