terça-feira, 23 de abril de 2013

É preciso lembrar Mario Pedrosa ou por que Maduro deve manter o chavismo


Washington encontrou no desfecho político  da crise brasileira a porta para a solução de um de seus problemas estratégicos imediatos: a revogação do compromisso de não-intervenção por parte dos Estados Unidos em qualquer país latino-americano; era aquele compromisso até então a pedra angular de todo o sistema interamericano. A queda de Goulart e a subida ao poder do grupo militar chefiado pelo marechal Castelo Branco, em abril de 1964, no Brasil, legalizou, de antemão, o desembarque, em junho do ano seguinte, dos conhecidos fuzileiros navais norte-americanos na República Dominicana. Quando o marechal Castelo Branco , sem esperar muito, envia quase no encalço dos fuzileiros norte-americanos soldados brasileiros para desembarcarem na pequena ilha, a casa Branca deve ter mandado retocar o retrato já esmaecido do velho Teddy Roosevelt, com seu afinal sábio e glorioso big stick ao lado. O Brasil restaurado mostrava como um país realmente democrático não tem dificuldades em sancionar, com a sua solidariedade prática, a retomada das intervenções armadas norte-americanas no cansado mar das Caraíbas. O gesto do marechal marcou um tournant decisivo na política imperialista americana, no nosso Continente.

(Mario Pedrosa – A Opção Brasileira) 

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