murilo mendes
o ponto em suspensão
desavém do ponto sequer
toca voz inalcançável
o que se diz de um ponto
se espraia no horizonte
com que cada um
cervantes
guillén
machado
desborda no ato mesmo
da sintática opção
o bico deste pássaro
quase a não ser
este piano a tocar
as madeixas no caos
*
beatriz
um gosto de azaleia nas casas fechadas
descarrega as alças de nossas camisas
soltos os peitinhos balançam o tempo
indagam para o céu dos apartamentos
onde o sol o cosmético lunar se põe
e com pelicas e delicadeza o dia findo
desce até o carpe diem do térreo
e espreita desde a hora inerte
a vida o sopro as pedras o pó
o caminhante se vai porta afora
com o absinto das saudades tange
um aboio de abajures a meia-luz
(oswaldo martins)
Belos!
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