quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Dois poemas de Virginia Grütter, poeta de Costa Rica

LA VENTANA

Tenías dos pechos igual que yo
Y el pelo negro igual que yo
Y la boca pintada como yo la queria
Y usabas falda igual que yo
De tela floreada igual que yo
Y llevabas sandalias como yo
Y te arrastraban dos policias
Y dabas gritos en mitad de la calle
Y llevabas de rastras las sandalias
Y te sangraban los pies
Y desde adentro me llamó mi abuela
Y vino
Y cerró la ventana
Y me arrastró del pelo
Hasta lo más oscuro de la sala.



A JANELA

Tinhas dois seios como eu
E cabelo negro como eu
E a boca pintada como eu a queria
E usavas saia igual à minha
De pano florido igual meu
E calçavas sandálias como eu
E te arrastravam dois policiais
E gritavas no meio da rua
E arrastravas as sandálias
E sangravam os pés
E de dentro de casa a avó me chamou
E veio
E me puxou pelos cabelos
Até o mais escuro da sala.


TU LLEGARÁS OLIENDO A MADRUGADA

Tu llegarás oliendo a madrugada
a musgo y a caminho.
Traerás aún hojas desconocidas
enredadas al pelo
Y no estarás cansado
Pero yo besará tus ojos de águila
hasta secar la última lágrima
La última gota de sangre
E com ramas de veranera y de belíssima
Limpiaré la pólvora
Que aún quede entre tus dedos.



TU CHEGARÁS CHEIRANDO A MADRUGADA

Tu chegarás com cheiro de madrugada
a musgo e a caminho.
Trarás ainda folhas desconhecidas
metidas no cabelo
E não estarás cansado
Mas eu beijarei teus olhos de águia
até secar a última lágrima
A última gota de sangue
E com os ramos de buganvília, belíssima.
Limparei a pólvora
Que reste ainda em teus dedos.


(Trad; Antônia Miranda)

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