Ratos, de Ronaldo Medeiros e Albuquerque, editado pela
7 letras é um livro que se lê de um fôlego só. Sem interrupção. Se é boa
literatura, talvez não, talvez sim. Um misto de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan
ali se enlaça. Há momentos que vejo um, outros em que vejo outro. A proximidade
pode produzir fascínio, mas pode também causar o certo dissabor do já escrito. Às
vezes o livro resvala para a piada, sem que o estatuto da própria piada seja
aprofundado ou revisto. A rapidez não encanta e corre o risco de desguardar da
memória.
Talvez quando Ronaldo
Medeiros e Albuquerque se desligar do pastiche venha a se tornar um mestre do
gênero, principalmente se insistir nas relações de incesto para além do incesto,
isto é, quando o incesto for uma deriva que aponte para a linha que se distancia
da letra escrita e alce possibilidades de compreensão dos fracassos a que estão
destinados todos os homens.
Entretanto,
Ratos é um livro que se lê com prazer.
(oswaldo
martins)
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