sexta-feira, 16 de maio de 2014

Pilulinha 38

Ratos, de Ronaldo Medeiros e Albuquerque, editado pela 7 letras é um livro que se lê de um fôlego só. Sem interrupção. Se é boa literatura, talvez não, talvez sim. Um misto de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan ali se enlaça. Há momentos que vejo um, outros em que vejo outro. A proximidade pode produzir fascínio, mas pode também causar o certo dissabor do já escrito. Às vezes o livro resvala para a piada, sem que o estatuto da própria piada seja aprofundado ou revisto. A rapidez não encanta e corre o risco de desguardar da memória.

Talvez quando Ronaldo Medeiros e Albuquerque se desligar do pastiche venha a se tornar um mestre do gênero, principalmente se insistir nas relações de incesto para além do incesto, isto é, quando o incesto for uma deriva que aponte para a linha que se distancia da letra escrita e alce possibilidades de compreensão dos fracassos a que estão destinados todos os homens.

Entretanto, Ratos é um livro que se lê com prazer.


(oswaldo martins)

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