Uma traineira portuguesa, azul, enrola um bocado do
Atlântico.
Bem ao longe, um ponto azul, mas estou lá – onde seis homens a bordo não
veem que somos
[sete.
[sete.
Assisti á construção de um barco desses, parecia um alaúde enorme sem cordas
Na ravina da pobreza: a aldeia onde lavam e lavam sem parar,
com fúria, paciência, melancolia.
A praia apinhada de gente. Era um comício que fora
dispersado, os altifalantes
confiscados.
Soldados levaram o Mercedes do orador por entre a multidão,
apupos rufavam contra as chapas
[do veículo.
[do veículo.
(Tomas Tranströmer – Tradução Alexandre Pastor)
Nenhum comentário:
Postar um comentário