quinta-feira, 14 de maio de 2009

Da Solidão

Com o caderno na mão, olho para a foto dela enquanto falamos, e me parece de repente que meu avô, da página ao lado, também olha para ela com seu olhar soturno, ao mesmo tempo sardônico e acuado. Sente inveja de mim, me quer mal, mas nesse instante penso que ele nada pode contra nós. Amo uma mulher, essa mulher me ama. Não estou mais sozinho.

(Emmanuel Carrère - Um romance russo - Alfaguara - 2008)

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