Nesta terça, dia 19, faz 40 anos que nos deixou o grande Coleman Hawkins. Tive a sorte de ainda vê-lo tocar, em forma, no Teatro Municipal, junto com seus "compadres" Roy Eldridge e "Papa" Jo Jones, entre outros.
Grandeza é a palavra que me ocorre quando lembro de Hawk, o "Bean", como era chamado, reconhecido como "o pai do saxofone no jazz". No início dos anos 1920 já tocava com a legendária blues singer "Mamie" Smith e ganhou grande notoriedade ao integrar, por cerca de 10 anos, a orquestra de Fletcher Henderson. Em meados dos anos 30 mudou-se para a Europa, enquanto Lester Young despontava como a nova sensação do sax tenor. Em 39, enquanto eu nascia, Hawk volta aos States e grava o extraordinário "Body and Soul", reconquistando seu prestígio. Ao contrário da maioria dos músicos do jazz pré-bop, Hawk tocou com os boppe rs, incentivou-os e esteve sempre aberto ao novo, desde que fosse bom jazz. Suas gravações com Monk o atestam. Tocou bem, altivo e respeitado como um mestre - que inquestionavelmente era - até o fim da vida.
Hawk gravou muito, naturalmente, mas não é muito fácil achar discos antigos. Apesar disso, para quem quiser começar, há coletâneas com o Body and Soul de 39, imperdível. E não é difícil achar um ótimo disco de 57, "The Hawk Flies High", com J. J. Johnson, Hank Jones, Oscar Pettiford, Jo Jones... E há um CD do concerto do Municipal que, com sorte, pode ser encontrado em sebos.
Sergio Murillo
(texto mexido, por mim, Elesbão, sem a autorização do autor para publicação ou meximento)
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