segunda-feira, 1 de julho de 2013

desimitação de aretino

em memória de eugênio hirsch


1

minha musa renascentista – a rainha do riso
deixa-me xerocá-la nas máquinas de invento
moderno

rosto
sovaco
xereca

lampeira
diz estar na hora
e xeroca meu caralho em fogo


2

com certa brutalidade levei-a pelo cabelo
até a máquina de invento
moderno

sobre o corpo – de ladinho –
fechei a tampa

assim que a luzes cumpriram seu rito
a imagem cuspida

tinha mais prazer que os mármores
de carrara

3

mandei mexer-se a minha musa renascida
enquanto as luzes da máquina de invento
moderno

passavam sob o sovaco
eu lhe dizia mais e mais e mais

os raros espaços em branco do papel
deixavam ver as linhas do corpo nu

4

ordenei se sentasse a minha musa renascentista
sobre o espelho da máquina de invento
moderno

riu-se diaba de imagens curvas
das flores ou antes rosáceas

que formavam do corpo imagem
sublime entre os florilégios do buraco
negro

5

o pau em riste – diz-me minha musa
dos inventos gregos

a ver a ver – indecorosa fala-me
a musa

dos brancos que recobrem a linha negra
fotocopiada do priapo moderno


(oswaldo martins)



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