Oswaldo Martins. Poeta e professor de literatura. Autor dos livros desestudos, minimalhas do alheio, lucidez do oco, cosmologia do impreciso, língua nua com Elvira Vigna, lapa, manto, paixão e Antiodes, com Alexandre Faria. Editor da TextoTerritório
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
como se faz a arte
para o felipe david rodrigues
limite
das imagens
fixidez
o olho se pisca
pisca
o absoluto da economia
transpõe o objeto
y
nos marca
ante o pulso
do cinepoema
a arte se elabora
em intersecção
onde o universo somente
universo
é do inventor
exato
do extásico
(oswaldo martins)
limite
das imagens
fixidez
o olho se pisca
pisca
o absoluto da economia
transpõe o objeto
y
nos marca
ante o pulso
do cinepoema
a arte se elabora
em intersecção
onde o universo somente
universo
é do inventor
exato
do extásico
(oswaldo martins)
Leituras
1 - Tarás Bulba - Nikolai Gógol - Editora 34 - São Paulo - 2007. (Trad. Nivaldo dos Santos)
2 - A Teoria do Jardim - Dora Ribeiro - Cia das Letras - São Paulo - 2009.
3 - O Enigma da Chegada - Maipaul - Cia as Letras - São Paulo - 1994. (Trad. Paulo Henriques Britto)
4 - A Sonata A Kreutzer - Lev Tolstói - Editodra 34 - São Paulo - 2007. (Trad. Boris Shnnaiderman)
5 - A cidade Ilhada - Miltom Hatoun - Ciad as Letras - São Paulo - 2009.
2 - A Teoria do Jardim - Dora Ribeiro - Cia das Letras - São Paulo - 2009.
3 - O Enigma da Chegada - Maipaul - Cia as Letras - São Paulo - 1994. (Trad. Paulo Henriques Britto)
4 - A Sonata A Kreutzer - Lev Tolstói - Editodra 34 - São Paulo - 2007. (Trad. Boris Shnnaiderman)
5 - A cidade Ilhada - Miltom Hatoun - Ciad as Letras - São Paulo - 2009.
sábado, 19 de setembro de 2009
1
compus manhas para teu sorriso
inventei poemas
que falassem
nele
compus malhas para tua boca
inventei palavras
que girassem
no espaço
e entre a lacuna da cidade
e o pequeno calçamento
fronteiro
à loucura e à paixão
inventei filmes
que te fizessem
despir
a roupa
(oswaldo martins)
inventei poemas
que falassem
nele
compus malhas para tua boca
inventei palavras
que girassem
no espaço
e entre a lacuna da cidade
e o pequeno calçamento
fronteiro
à loucura e à paixão
inventei filmes
que te fizessem
despir
a roupa
(oswaldo martins)
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Alvares de Azevedo e sua imitação
Se Eu Morresse Amanhã
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(Alvares de Azevedo)
desimitação de alvarez de azevedo
s’eu morresse amahã muitas amantes viriam
carpir meu corpo, chorar pela endurecida
pica. a bela alícia na fronte ressequida
do defunto a mão deixaria pendente e fria
os comichões que outrora aqui e ali sentira
haveriam de levar a impudente lia
a tocar displicente, como se aos antúrios
arrumasse, o mastro para sempre inútil
e decadente. de saudade morreria hipácia,
a grande puta, a vadia louca, talvez
flertasse com quem ao morto teso viesse
visitar, diria, então, que sol! que céu azul!
com desvario, uma cristina se achegaria
para que o defunto antes da ripa se risse
(oswaldo martins)
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(Alvares de Azevedo)
desimitação de alvarez de azevedo
s’eu morresse amahã muitas amantes viriam
carpir meu corpo, chorar pela endurecida
pica. a bela alícia na fronte ressequida
do defunto a mão deixaria pendente e fria
os comichões que outrora aqui e ali sentira
haveriam de levar a impudente lia
a tocar displicente, como se aos antúrios
arrumasse, o mastro para sempre inútil
e decadente. de saudade morreria hipácia,
a grande puta, a vadia louca, talvez
flertasse com quem ao morto teso viesse
visitar, diria, então, que sol! que céu azul!
com desvario, uma cristina se achegaria
para que o defunto antes da ripa se risse
(oswaldo martins)
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Dois poemas de Luiz Fernando
após a festa
Embaraçada
acolhe o rio
cachorro
do fundo
do poço
a olhar
a coisa continua
risos
mas o silêncio
é o que espera
tudo pedra
como antes
e o cachorro
a olhar
Luiz Fernando de Carvalho
7/09/09
Instrução para modos de medrar
Junte alguns diplomas
adicione currículos
na internet.
Continue firme
fazendo pose
continue rindo
para todos
os lados
continue
por mais 40 anos.
Chacoalhe tudo
(menos você)
à maneira de coquetel.
Depois
escreva memórias
Luiz Fernando de Carvalho
7/09/09
Embaraçada
acolhe o rio
cachorro
do fundo
do poço
a olhar
a coisa continua
risos
mas o silêncio
é o que espera
tudo pedra
como antes
e o cachorro
a olhar
Luiz Fernando de Carvalho
7/09/09
Instrução para modos de medrar
Junte alguns diplomas
adicione currículos
na internet.
Continue firme
fazendo pose
continue rindo
para todos
os lados
continue
por mais 40 anos.
Chacoalhe tudo
(menos você)
à maneira de coquetel.
Depois
escreva memórias
Luiz Fernando de Carvalho
7/09/09
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Mário de Sá Carneiro e comentário breve
"Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."
Comentário:
Há um sutil reinvenção do poema no poema do Waly, postado logo abaixo. Reparem a reconstrução e o rompimento que o poeta brasileiro opera.
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro."
Comentário:
Há um sutil reinvenção do poema no poema do Waly, postado logo abaixo. Reparem a reconstrução e o rompimento que o poeta brasileiro opera.
A LITERATURA E O MAL
A LITERATURA E O MAL
A geração a que pertenço é tumultuosa.
Ela despertou para a vida literária* do surrealismo. Houve, nos anos quew se seguiram à Primeira Guerra, um sentimento que transbordava. A literatura sufocava em seus limites. Parecia que ele continha em si uma revolução.
(Georges Bataille - Prefácio)
A geração a que pertenço é tumultuosa.
Ela despertou para a vida literária* do surrealismo. Houve, nos anos quew se seguiram à Primeira Guerra, um sentimento que transbordava. A literatura sufocava em seus limites. Parecia que ele continha em si uma revolução.
(Georges Bataille - Prefácio)
Poema do dia
CÂMARA DE ECOS
Cresci sob um teto sossegado,
meu sonhos era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.
Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.
(Waly Salomão - Algaravias)
Cresci sob um teto sossegado,
meu sonhos era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.
Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.
(Waly Salomão - Algaravias)
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