sexta-feira, 15 de maio de 2009

Antiode para Marylin

para horácio e rose

tirando das telas suas pernas os peitos
resta o suicídio
o barbitúrico
a convivência com o poder

a moça ingênua participa
da baía dos porcos
em guatánamo cumpre seu papel
sol alaranjado

um sol que não se põe o sol lsdeítico promove fantasmas
descoloridos
monstros que espanejam moscas
imaginárias baratas tontas para que se vejam borboletas
alhures

as borboletas que pagam jabá
as borboletas que executam executivas
palavras
as borboletas que não são borboletas
arremedo frágil da arte de mercado

prefiro as borboletas do perjúrio
que zombam dos homens
que zabumbam a miséria dos guetos americanos
cortiços favelas harlens

o poema límpido e pútrido de edgar
ante o espanto
ante a escrotidão dúbia
dos que lhe negam cama e sonho

como
quando marylin deixa que se lhes vvejam as pernas
para que se não lhas vejam
na tensão do espaço
no espasmo das bocas
no corpo nu

das federações do leito de morte destarte absenteítica
que não se deixa tocar
que se erige entre os pudores e os despudores

do estado

(oswaldo martins)

Um comentário:

  1. Forte e carregado mas com figuras de linguagens tão incríveis... um balé de palavras e imagens. Parabéns! Perfeito!

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