nunca sob o manto da dor alheia
os tapetes de etiqueta, os valores
da distinção sirvam sorrisos
em vasos de flores
a festa não cabe
onde rastejam os desesperados
que voltam para a cidade destruída
cada janela expõe um morto
um corpo sem mãos
no ventre carcomido
as moscas rondam a cena
de sangue num escombro
das ruas vazias de rafah
oswaldo martins
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