A linhagem da bruxa
A todos juro amor eterno:
pardas campânulas da loucura, beladona tresmalhada,
coruja, lua nova, sapo, bufo-real e hiena;
tabaco de cor deslavada
e sombria cicuta que o sabugueiro armazena.
Eu, bruxa sem vassoura,
de coração chamuscado,
saudosa de um pobre demo afastado,
fitando o mundo como uma bola de cristal,
amo-te e acolho-te no meu coração leal,
linhagem de bruxa e de maga,
suspeita, desconfiada, amada...
A fogueira
Agarraste-me pela tempestiva cabeleira,
meu mestre do fogo!
Com os teus braços que nem cordas
amarraste ao coração uma fogueira.
Desforram-se as magias e os feitiços!
Ah, não há quem estenda a mão!
O dia ardeu cedendo à noite de carvão,
por entre faíscas e bulícios.
Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz
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