1
a realidade é um
mero acaso, dela só nos aproximamos quando a construímos, por isso ela é
intransferível.
2
as palavras com
as quais os homens se ao mundo são pretensas e nada dizem do que se quer dizer.
3
a melancolia pode
ser uma forma possível de ver; a euforia também: a única forma de ver é desver.
o mundo visto do sovaco.
4
uma perna diz
tanto do andarilho quanto um poema do seu criador, i. é, nada.
5
uma borboleta
pode não ser uma borboleta; o cão um objeto contra a vontade do próprio cão.
6
eu – o
colecionador de cabeças.
7
as cabeças do
alheio – uma forma de pensar o eu
8
os franceses
inventaram um eufemismo que nos esconde – a pequena morte é uma visão religiosa
do sexo
9
minimalhas
do alheio
ou
a iluminação
do imenso
10
os nus de
modigliani são mais reais
que a buceta de
coubert
(oswaldo
martins)
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