Escuto a música
de Paulo Cesar Pinheiro há muito tempo. Desde
minha adolescência, vivida em Barbacena, quando o Bernardino me apresentou um
álbum do Eduardo Gudim, lá pelos idos dos ano
70. Havia neste álbum músicas antológicas, como A
velhice da porta-bandeira. Desde então, escuto as músicas do compositor.
Mais tarde
descobri a parceria com João Nogueira, com Baden, e uma infinidade de parceiros tão distintos,
como os mais afeitos ao samba – Mauro Duarte, Wilson das Neves – e os que compõem a mais legítima
música popular brasileira, como Tom Jobim, Guinga e Edu Lobo. A parceria com Guinga é bem mais antiga do que
possa supor a atual fama e sucesso – merecidos aliás – do compositor de Vila
Valqueire.
Sempre me espantou
a capacidade de bordar a melodia com versos definitivos, perfeitos. Quem ouviu
agravação de Monica Salmaso da música Fim dos
tempos sabe do que estou falando. Entretanto,
me incomoda – puta que o pariu – algumas questões. Sempre soube elas que eram
muito, mas muito bem resolvidas, mas que seguiam um padrão do já lido, ou mesmo
um saudosismo frequente ou a questão, que nunca resolvi no compositor, de uma
religiosidade meio travadora que às vezes barra a proposição agressiva das
composições. Quem ouviu O importante é que nossa emoção
sobreviva haverá de ter sentido esse mesmo desconforto.
Sou implicante,
eu sei. Gosto desconfiando , mas gosto.
(oswaldo
martins)
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