quinta-feira, 20 de abril de 2017

a arte em movimento

para ronald iskin

calder

os móbiles
colhem exercícios leves
desde o teto

decaem sobre nós
jacentes buganvilas
a não explicarem

para onde vai o grito
a secura na garganta
e essa dor de espasmos

que vivenciam o peito
dos amigos jogados
ao golpe do destino


miró

a curva solta no espaço
retesa o arco e se move
intacta no desmovimento

as palavras-trava ganem
arcabouços bem estudados
ali uma ave (que não é)

alhures o bico a pata
todos os retalhos
colhidos de nosso desastre


palatnik

se antes as caldeiras
a mirada mímesis

tudo explode cinética
e pur si muove

mesmo que exijam
a lenta barbárie

o artista age
nesta arte

(oswaldo martins)

2 comentários:

  1. Boa série, gostei mais do calder, leve, poém gravitacional. Abs Ivo

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  2. Boa série, gostei mais do calder, leve, poém gravitacional. Abs Ivo

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