Como fizeram com Antônio
Conselheiro, a perseguição de Luiz Inácio Lula da Silva é uma tentativa de
extermínio tão cruel quanto a que foram vítimas os conselheristas. A frase,
emblemática, pressupõe as desditas das pessoas espoliadas até o osso por uma
elite preconceituosa e exclusivista, feita de dondocas e senhores de engenho.
A coerção que vitima o Ex-presidente
não busca atingir o sr Luiz Ignácio, mas,
ao buscar atingi-lo, em Lula da Silva, atinge todos os Silvas do país. Todos
que são os que não coadunamos com as diferenças sócias, que não coadunamos com
a miséria, que não coadunamos com e exceção política, que não coadunamos com os
srs e sras de Luís Vitton.
A história política da malfadada
república brasileira é a história da exclusão e do silêncio obsequiosos do sim
senhor, sim senhora – dos que espancam suas mulheres, dos que se acham
príncipes e reis empelicados em seus casacos de chinchila.
Entretanto, o país tem a
oportunidade de resistir e, de fato, mudar. Se Lula não se matou, como Getúlio
o fez; se não buscou o exílio, como João Goulart, talvez para evitarem o
fantasma de uma guerra civil, é porque há condições de se enterrar o país
exclusivista em que fomos criados e ver surgir um país justo e realmente
democrático.
A hora é de confrontar ideias –
depois, não só as ideias.
(oswaldo martins)
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