sexta-feira, 4 de março de 2016

História

Como fizeram com Antônio Conselheiro, a perseguição de Luiz Inácio Lula da Silva é uma tentativa de extermínio tão cruel quanto a que foram vítimas os conselheristas. A frase, emblemática, pressupõe as desditas das pessoas espoliadas até o osso por uma elite preconceituosa e exclusivista, feita de dondocas e senhores de engenho.

A coerção que vitima o Ex-presidente não busca atingir o sr  Luiz Ignácio, mas, ao buscar atingi-lo, em Lula da Silva, atinge todos os Silvas do país. Todos que são os que não coadunamos com as diferenças sócias, que não coadunamos com a miséria, que não coadunamos com e exceção política, que não coadunamos com os srs e sras de Luís Vitton.

A história política da malfadada república brasileira é a história da exclusão e do silêncio obsequiosos do sim senhor, sim senhora – dos que espancam suas mulheres, dos que se acham príncipes e reis empelicados em seus casacos de chinchila.

Entretanto, o país tem a oportunidade de resistir e, de fato, mudar. Se Lula não se matou, como Getúlio o fez; se não buscou o exílio, como João Goulart, talvez para evitarem o fantasma de uma guerra civil, é porque há condições de se enterrar o país exclusivista em que fomos criados e ver surgir um país justo e realmente democrático.

A hora é de confrontar ideias – depois, não só as ideias.


(oswaldo martins)

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