ELEGIA
Cada momento do meu coração
bebe a memória do teu morto nome,
e este meu resto, em fuga, se consome
entre musgos de cinza e escuridão;
nem a memória só do morto nome,
mas o calado rosto, a inútil mão,
a voz, o peito, a prematura fome
da vida no menino (e homem) de então.
Meu lembrar-te, buscando-te sem onde,
caminha, e amargamente sobe a rua
e o seu silêncio palido de cal.
Sobe, e na triste pedra que te esconde
deixa apagada flor, antiga lua,
póstumo olhar sem tempo, de água e sal.
(Abgar Renault - A lua sob a lápide)
Cada momento do meu coração
bebe a memória do teu morto nome,
e este meu resto, em fuga, se consome
entre musgos de cinza e escuridão;
nem a memória só do morto nome,
mas o calado rosto, a inútil mão,
a voz, o peito, a prematura fome
da vida no menino (e homem) de então.
Meu lembrar-te, buscando-te sem onde,
caminha, e amargamente sobe a rua
e o seu silêncio palido de cal.
Sobe, e na triste pedra que te esconde
deixa apagada flor, antiga lua,
póstumo olhar sem tempo, de água e sal.
(Abgar Renault - A lua sob a lápide)
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