a bailarina
para julia fernandez
revela-se essa moça quando braços
antecedem os movimentos do corpo
a arrastarem-se ao som de uma voz
ausente e às marcações de indícios
alheias formas de escultura e busca
sujeitas ao discernimento metafísico
das negativas e dobras cujas voltas
fazem dançar no cimento da cidade
as sombras antes etéreas por refletir
no móbile do espaço o corpo reposto
à carne e ao friúme da força acessa
da boca do lixo ao esplendor informe
tanto fulge o fausto da chama quanto
o chão simula o anteparo da leveza
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