quarta-feira, 18 de setembro de 2024

ilhas-de-não

 a bailarina

para julia fernandez


revela-se essa moça quando braços

antecedem os movimentos do corpo

a arrastarem-se ao som de uma voz

ausente e às marcações de indícios


alheias formas de escultura e busca

sujeitas ao discernimento metafísico

das negativas e dobras cujas voltas

fazem dançar no cimento da cidade


as sombras antes etéreas por refletir

no móbile do espaço o corpo reposto

à carne e ao friúme da força acessa


da boca do lixo ao esplendor informe

tanto fulge o fausto da chama quanto

o chão simula o anteparo da leveza


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