segunda-feira, 11 de abril de 2022

camões de botequim

desde a imposição dos botequins

os noturnos de sarjeta pedem corpos

em vassalagem

 

esticam o corpo dormente – lentos

pés sujos da rua convidam

a outro gole

 

aquele que na calçada dorme

o sonho dos anjos inebriado

de prazer

 

ante a dominadora fresta

o horror dos burgueses

ergue-se

 

contra o desvio dos amantes

e o mau comportamento

que Amor

 

a todos submete

quarta-feira, 6 de abril de 2022

maria

1

para horácio matela


o facão célere passa nos cortes

tira as moças para dançar

o ypsilone de bastiana

 

o camões dos sertões comanda

o folguedo de seus homens

às vezes tira dona maria

 

para dançar o xenhenhem

 

2

 

no raso da catarina folgam

as moças sempiternas

 

no raso da catarina maria

tira de rainha-bela

 

no raso da catarina bordam

moedas de ouro

 

para o cheiroso capitão

 

3

 

celebram pelo outro lado

este mar virado

 

os sinos do notre-dame

misturado ao bom jesus

 

o que fora o bendito pó,

que o conselheiro apregoou