O voto em Dilma é um dever da
consciência.
As questões colocadas durante seu
primeiro mandato estão longe de estarem todas resolvidas; muito há que se fazer
ainda, para que a autonomia dos cidadãos se torne plena, para que as cidades
cingidas possam ser compartilhadas de igual maneira por todos os seus
habitantes, para que o acesso aos bens de consumo, para que o acesso às ruas,
para que o acesso aos bens culturais, educacionais e de saúde se tonem eles também
plenos.
Os avanços sociais que os últimos
governos alcançaram devem ser mantidos e não podemos esperar mais quinhentos
anos para que a revolução silenciosa – mas não muito – se cumpra e para que todos
possamos, de chinelos e bermudas, tomarmos nossos lugares nos aviões. Não podemos esperar mais quinhentos anos para
que o nariz levantado de nossas elites desapareça e passe a cheirar como todo
nariz cheira. As oportunidades históricas passam por nossas portas e não
devemos recusá-las, sob pena de retrocessos desastrosos par auto estima das
pessoas que compõem a nação.
Vivemos nestes doze anos de
governo petista uma série de transformações culturais que, na verdade, só serão
percebidas pelas próximas gerações. A transformação econômica retira dos
bolsões miseráveis um enorme contingente da população que vai se educando para
cobrar seus direitos, para participar das decisões nacionais, sem que se perca
nas maquinações midiáticas que a todo tempo dizem “não, não avance”.
Avançar hoje no Brasil é
necessariamente manter as conquistas adquiridas – e não doadas. A chegada de um
operário à presidência do país, de uma ex-guerrilheira à presidência do país
cobra séculos de esquecimento a que foram relegados os que como eles
participaram da subsistência em tempos áridos como o sertão, áridos como a espoliação
mediada pelo capital estrangeiro que nos escravizou, com dívidas quase eternas
na cultura, na saúde e na educação.
Haveria, de fato, outra opção? Votar
contra o aborto, votar contra a eutanásia, votar contra as pesquisas de ponta que tratam da vida
enquanto ciência, votar contra os
homossexuais, votar contra as cotas, para quem acredita no estado laico e
independente, não é uma opção válida.
Avançar hoje significa votar na
Presidenta. Votar na consciência que tenho do que é política.
(oswaldo martins)
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