Tempo fiapo,
agarrei-me a elas
como alguém
numa prancha
de surf
sem saber
nadar
agarrei-me
pedindo sobrevida
mas elas já iam
soltas
agarrei-me a elas,
tempo fiapo,
por coisa nenhuma
elas iam soltas
como se subsistissem
só porque a gente
pensa nelas
mas elas não salvam
amontoam névoas
dispersas
na injusta ondulação
mesmo assim
só posso ir
dentro desta nave
confiando sempre
nelas, as palavras
e apesar da solidão
como um vazio
nos bolsos
Luiz Fernando Medeiros
27/06/2014
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