quarta-feira, 15 de agosto de 2012

desimitações de marília de dirceu


marília, que fosses puta
em negócios de negócios
mais esperta

marília, se passarem os anos
a fortuna que passa, minha bela,
mais corrompe

marília, que é do arvoredo
onde o nome gravei
como se gravasse um selo

marília, se não te basta a cama
que gados posso dar-te
eu

*

marília, se fosses puta,
ah minha bela, puto, seria
mais esperto

marília, com o passar
dos anos, os anos passam
e nada fica

marília, dos ademanes colhi
do preciso os gados
sem  selo

marília, já teus seios suspirosos
deixei aos bens da terra
às palavras etéreas

*

pudesse, marília, recompor
o poema que quis
de amor

marília, ao compor poria
o engenho de bocage
os modos

com que, marília, convencesse
a ti, e algures, despir-te
os peitos

e lambê-los, marília, como não soube
lamber as crias que na honradez
me coube.

(oswaldo martins)

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