quarta-feira, 2 de junho de 2010

de vã filosofia

Certo dia, Cláudio Leitão, eu e Wal nos encontramos no Lamas. Bebeu-se o chope, conversou-se sobre o que havia para conversar, atendidos pelo garçom dos garçons, o Vieira, que protagonizou uma das mais deliciosas sentenças entre os que se sentencia pela noite. A qualidade das sentenças curtas, dignas de entrar para a história e para a mitologia das experiências mais expressivas que se vai tendo ao longo da vida, é uma matéria à parte das filosofias que se vão construindo e ficando jogadas ao léu das frases emblemáticas que traduzem a percepção de vida de cada um.

Vai que, após alguns chopes, passou-se, sem cerimônia, ao strega, licor de agrado, para finalizar a noite. Após insistentes oferecimentos do Vieira a Wal, para que aceitasse um licorzinho e ante a negativa peremptória, seguida do não, obrigado, que não bebo, o arguto Vieira, jóia rara dos bares da cidade, retruca, com a cara mais lavada e lúdica, um respeitoso, gaiato e reticente não bebe, mas bica.

Bordão que se repete até hoje, quando se aproxima alguém que não bebe e não faz outras coisas, talvez mais saborosas.

(oswaldo martins)

Nenhum comentário:

Postar um comentário