Oswaldo Martins. Poeta e professor de literatura. Autor dos livros desestudos, minimalhas do alheio, lucidez do oco, cosmologia do impreciso, língua nua com Elvira Vigna, lapa, manto, paixão e Antiodes, com Alexandre Faria. Editor da TextoTerritório
terça-feira, 23 de junho de 2020
sexta-feira, 19 de junho de 2020
O casal poema de Tomas Transtömer
Apagam a luz, o globo branco treme
um instante antes de se desvanecer
como um comprimido num copo de escuridão. Às escuras,
as pardes do hotel elevam-se, atingem o negrume celeste.
Os movimentos do amor esmorecem, eles dormem,
mas os pensamentos mais íntimos encontram-se
como duas cores que esbarram e se misturam
no papel umedecido da pintura de um garoto na idade escolar.
Ainda não é dia claro e há silêncio. Porém, a cidade acercou-se.
Com janelas apagadas, as casas estão ali.
Juntas umas às outras, à espera, muito perto,
uma multidão com rostos sem expressão.
(Tomas Transtörmer - Tradução Alexandre Pastor)
um instante antes de se desvanecer
como um comprimido num copo de escuridão. Às escuras,
as pardes do hotel elevam-se, atingem o negrume celeste.
Os movimentos do amor esmorecem, eles dormem,
mas os pensamentos mais íntimos encontram-se
como duas cores que esbarram e se misturam
no papel umedecido da pintura de um garoto na idade escolar.
Ainda não é dia claro e há silêncio. Porém, a cidade acercou-se.
Com janelas apagadas, as casas estão ali.
Juntas umas às outras, à espera, muito perto,
uma multidão com rostos sem expressão.
(Tomas Transtörmer - Tradução Alexandre Pastor)
domingo, 14 de junho de 2020
Um poema de Maria Borio
Farnese
La ventana a la luz le dice “no imaginas”,
apoyate en la pared como si fuera una calle.
La espalda desnuda ya no tiene frío. Estas son las cosas
que nos habitan: el cristal transparente, la pared ciega,
nosotros por las cosas, una calle curva en la pared,
la pared al interior de venas lenticulares.
Todo percute como el bronce en el desierto: es la inocencia
que mueve la cabeza. Me habitas así, como el día
en la plaza que Giordano Bruno era aquel pequeño
fuego de todos. Te habito, el sonido que se aleja
de los edificios atrapados, la campanilla en la pared dura,
caliente como un fluido que mueve la cabeza.
(Traducción Mario Pera)
Farnese
La finestra a una luce dice “non immaginate”,
appoggiatevi alla parete come fosse una strada.
La schiena nuda non ha più freddo. Ecco le cose
che ci abitano: il vetro trasparente, il muro cieco,
noi per le cose, una strada curva sul muro,
il muro dentro vene lenticolari.
Tutto batte come bronzo sul deserto: è innocenza
che muove la testa. Mi abiti così, come il giorno
sulla piazza che Giordano Bruno era quel piccolo
fuoco di tutti. Abito te, il suono che si stacca
nei palazzi incastrati, la campanella sul muro duro,
caldo come un liquido che muove la testa.
quinta-feira, 11 de junho de 2020
segunda-feira, 8 de junho de 2020
Poesia da Jamaica
Toda opressão está conectada
Todos os dias eu tenho medo de dizer que sou negra
ou mulher
ou lésbica
em nome da união eu engulo alguma coisa que deveria
ter dito
sobre a epidemia de AIDS na África
ou a violência contra meninas no leste de Nova York
ou a taxa de mortalidade dos meninos no sul de Chicago
(Staceyann Chin – Jamaica)
domingo, 7 de junho de 2020
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