Oswaldo Martins. Poeta e professor de literatura. Autor dos livros desestudos, minimalhas do alheio, lucidez do oco, cosmologia do impreciso, língua nua com Elvira Vigna, lapa, manto, paixão e Antiodes, com Alexandre Faria. Editor da TextoTerritório
quarta-feira, 26 de julho de 2017
sábado, 15 de julho de 2017
astúcia do dizer
entre a porta e as escaras
poste de pequenos tálamos
se desequilibra
a arte enquanto soam acordes
se cumpre no afogamento
dos naufrágios
o intervalo de um barco
um lastro de copo
lacra o poema
no intento de querer
e jamais poder convir
como o barco
a astúcia do dizer
(oswaldo martins)
quinta-feira, 6 de julho de 2017
poema pânico
1
risca sobre as vagas a linha
mal medida do que lavra
o desacerto
2
pulsa dança ainda corrói
a morte quando eros cria
travesso
3
estala o tubo da cervical
se escorre líquido bebê-lo
até o talo
4
ah, thanatos, velha puta,
entuba nênia do caralho
o riso farto
5
furta o raio franco da vida
e manda a que a pariu
à morte
(oswaldo martins)
domingo, 2 de julho de 2017
2
júlio pomar
descem em torno essas solidões
o quadro dos cegos em madrid
o almoço dos trolhas
debicam almofadas nas calçadas
os pobres que dormem a hora
o vulto dos polícias
dedica-se ao maltrato do assombro
os encapuzados de todo instante
cumprem ordens os sacanas
derivam da toga sutis dos magistrados
as ordens que despacham
nos bordéis em que atuam
(oswaldo martins)
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