para ronald iskin
os móbiles
colhem exercícios leves
desde o teto
decaem sobre nós
jacentes buganvilas
a não explicarem
para onde vai o grito
a secura na garganta
e essa dor de espasmos
que vivenciam o peito
dos amigos jogados
ao golpe do destino
miró
a curva solta no espaço
retesa o arco e se move
intacta no desmovimento
as palavras-trava ganem
arcabouços bem estudados
ali uma ave (que não é)
alhures o bico a pata
todos os retalhos
colhidos de nosso desastre
palatnik
se antes as caldeiras
a mirada mímesis
tudo explode cinética
e pur si muove
mesmo que exijam
a lenta barbárie
o artista age
nesta arte
(oswaldo martins)