sábado, 9 de março de 2013

A namorada


Li hoje no facebook notícia sobre a namorada do ministro do STF. A notícia é meio canalha, que me desculpem os puros ou os puristas. Alega o blog, que noticia, ter a namorada 24 anos e com ele passear pelas praias de Trancoso de mãos dadas. Como não sou, como na música de Aldir Blanc, polícia da xereca da vizinha ou do vizinho, o fato de que o Ministro esteja namorando não me interessa. Que o ministro namore é lá com ele.

Não pretendo o conservadorismo dos erráticos. Que todos trepassem muito, que todos namorassem, se beijassem fora da hipocrisia dos quartos fechados, mas nas repartições e tribunais, nas praça pública, e não só em Trancoso, no Rio ou Brasília, sem as liturgias dos cargos, sem o discurso tosco e bacharelesco que sempre dominou as elites do país e fizeram da linguagem hipócrita um lugar propício às dominações veladas. A trepada ou mesmo o beijo a céu aberto. Que os presidentes e presidentas de quaisquer órgãos possam dançar os carnavais com uma bela mulher ou um belo homem desnudos.

O inaceitável para mim, no que tange ao Ministro, não é sua conduta privada, mas a presença de certo traço imperial, certo reacionarismo de opiniões, que no caso de um ministro pode custar muito ao país. Vejam que não digo ação técnica, derivada dos estudos, da capacidade intelectual e do pensamento profundo sobre o homem, mas da opinião raivosa e derivada dos terríveis meios da propaganda, das terríveis mídias que não informam e conduzem à certeza dos achismos.

As colunas sociais nunca me interessaram. Paga-se um alto preço, demandado pela necessidade das fofocas e interesses escusos, para fazer parte delas. A mídia pode custar, mas sempre cobra seu preço.

(oswaldo martins)

Nenhum comentário:

Postar um comentário