quinta-feira, 12 de julho de 2012

três poetas

1
uma terça de vinho e cordeiros
a deslocarem-se pelas rochas

lua cheia

rosas ensinam bailar as jovens
entre os fios do cabelo
laços de mirtilo

em lesbos tomavam-se pelas mãos
de safo – a poeta

de versos delicados


2
pelas mãos de anna
iósif faz chorar a rússia

o cachorro perdido vaga nas ruas
são escuras – não como um lamento –
as noites de petrogrado

há  uma guerra a enfrentar – sem heróis
a dissolução dos homens é mais triste

que a procissão dos enforcados

3
a voz do poema na neblina é como um farol
– não dos que iluminam a noite dos poetas –
que cava teoria e destruição, acaso em beijing

ou aqui

a voz do poema delibera o pensamento
faz surtir os efeitos das ondas

e a nós os de então balançar ao sopro
violento

como a cor explode nos quadros abstratos
da contenção

(oswaldo martins)

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