terça-feira, 10 de abril de 2012

1


os instantes infecundos

à roda do tempo



quando tudo para

a mão o crime a estultice

os desenhos mais finos



do impressentido eco



o silêncio enorme

e teso



sob o manto obscuro

nos aterra



(oswaldo martins)

soneto de arthur


com o sonho atirado das bigornas
do tempo deuses semelham homens
as faíscas que dão vida retornam
ao gênero fantástico dos quem

quê de além da pura consciência
inscientes buscam mundos monturos
despejados nas alamedas-dia
que um deus renovado, entre muros

faz ressurgir conspurcadas nas medas
dos objetos quê manes do destempo
as albinas baratas encordoadas

a subirem pelas nódoas do brim
pelos cordames da barba, e manto
as palavras que em baratas encantam


(oswaldo martins)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Poema sòpara Jayme Ovalle




Poema só para Jayme Ovalle

Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.

(Manuel Bandeira)

upps


brigado, doutô
minhas criança já pode brinca na rua.

mas veio ontem
uns homi dizendo que vão
cumpra minha casa.

minha casa é pobre
mas tem olhos bonito

venho lá de baixo
venho triste, seu dotô
mas chego alegre
paisagem bonita
minha janela

minha casa é pobre
mas tem vista bonita, dotô

mas veio ontem
uns homi dizendo que tenho
de vende minha casa.

agora que as criança
já podia brinca na rua
agora que a porta ficava aberta
pra milhó entra
agora que a janela ficava aberta
pra milhó olhá

dotô
o sinhô que espanta bandido
não pode protege os pobre?

onde vamo mora?

elesbão
(02/04/2012)

terça-feira, 3 de abril de 2012

cidade


na cidade

há os homens que andam

e os homens que deitam.



quando os homens que andam

deitam

os homens deitados

se levantam



são catadores de papéis

a catar papéis

e a catar os espirros dos homens que andam.





elesbão

(02/04/12)

domingo, 1 de abril de 2012

Fotografia de mãe e menino com orquestra voadora


perfumes
cores
aparecem
mais tarde
Penetram
lentamente
Imitando
o frescor
que habitava
desde sempre
este corpo
nele a respiração
é dança à espera da dança
para além dela mesma
um menino agora
segue o ritmo
desses passos
e se encanta com o paraíso
quando
em vôo de livre
frêmito
o corpo sorri  e
roda com ele

(Luiz Fernando Medeiros de Carvalho)