terça-feira, 12 de setembro de 2017

desimitação de roberto bozzetti

quando morto eu for
morta dor sem remédio
de estar vivo

não esqueçam vossas mercês
de rir um pouco mais
do que se vai corpo

não chamem pela alma
que não há

tomem o que fica apenas
pulsando entre o riso
franco das histórias
e o nada

quanto ao bolor anjosiano
o fedor indelével
incinerem

ou joguem por cima
a terra

que o morto mais –
não há


(oswaldo martins)

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