anti-sonetos
para o amor
quem de amor andou
virado
na noite dos sapatos
rotos
percorre o corso dos
gestos
se espanta moscas à
baba
dos beijos mistura-se
uma
imagem qualquer e
devaneia
a mão pousa sobre o
dorso
de uma pedra onde há pouco
uma funesta barata
atentara
no rosto dos que beijam
o chão como se de uma
diva
o colo babassem
atônitos
os anjos azuis da coxa
que observa intumescida
*
quem amor dispôs nas
coxas
da coxa talvez o
paraíso
deslumbrou depois se
idos
os tempos de amor e
dúvida
a arte das putas
espanholas
valiam menos que a
futura
vigília das noites sem
fim
as casas e as
alcoviteiras
onde se guardam os
gestos
irreais da conveniência
do amor dos salões e
festas
da burguesia em triunfo
que nas jogatinas apostam
as andas dos amores pútridos
(oswaldo martins)
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