segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

domingo, 29 de dezembro de 2019

Sijô, poesia coreana anônima

Sem calendário
em meio às montanhas
não sei da mudança
das estações

Quando floresce
é primavera
Quando caem folhas
é outono

E quando as crianças pedem roupas grossas
sei que é inverno

(Tradução Yun Jung Im)

Regresso

Dijo ella,
No vuelvas solo a cumplir con tu palabra.
Así vuelven los que
Se hastían de
Ser impotentes
Y solos en su distancia

Sigue,
Sacia tu sed en cada arroyo,
Cualesquiera que sean los ojos que seduces,
Los corazones que tientas.

Pero,
Cuando se encienda e ilumine
La llama
De tu deseo hacia mí,
Y suplique tu corazón
Entonces
Debes regresar.

(ahmed faraz)

sábado, 28 de dezembro de 2019

Grupo de leituras para 2020


Livros e datas para as leituras do ano de 2020 – primeiro semestre

Fevereiro

Datas

1 – Com o diabo no corpo – Radiguet – França (Novela) 04/02 e 11/02
2 – O Melro e outros escritos – Roberto Musil – Áustria (Contos) 18/02 e 03/03

Março

3 – Tonio Kroeger Thomas Mann – Alemanha (novela) 10/03 e 17/03
4 – As nuvens – Juan Jose Saer – Argentina (romance) 24/03 e 31/03

Abril

5 – Sapé – Josoaldo Lima Rêgo – Brasil (poesia) 07/04 e 14/04
6 – Intimidade – Hanif Kureishi – anglo-paquistanês (romance) 28/04 e 05/05

Maio

7 – Um grão de trigo – Ngugi wa Thiong'o – Quênia (romance) 12/05 e 19/05
8 – EREC Y ENIDE -Manuel Vázquez Montalbán Espanha (romance) 26/05 e 02/06

Junho

9 – O fantasista – Hernan Rivera Lentelier – Chile (romance) 09/06 e 16/06
10 – Alguma Coisa Negro - Jacques Roubaud – França (poesia) 23/06 e 30/06

Interessados entrem em contato pelo zap (21) 981438622

Oswaldo Martins

A maneira de ungaretti

certos olhos semelham matinas
celebram o universo em cursos
d'água

(oswaldo martins)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Em caminho a casa

El camino a casa´

 Es tan fácil encontrar el camino a casa…

Cerca del arroyo,
donde una pluma flota,
pasar sobre la cerca,
tomar el atajo de la era,
detenerse en el puente,
sobre la rugiente presa
buscar para la espuma la palabra adecuada
arrojarla de nuevo
y andar,
andar,
hacerse un bastón en el camino,
contar las estrellas,
perderse en el bosque,
empujar la oscuridad
como un carro de heno
y oír como el eje que guía
el lamento en sueños de los pájaros.

Es tan fácil encontrar el camino a casa…

domingo, 22 de dezembro de 2019

só a sintaxe nos salva



1

sintaxes servem de antepasto os silêncios aos corpos põem e dispõem habilidade tal que o universo se pressente nos amplos buracos negros se abrem como afeitos fossem ao gozo de adão e eva fodendo no paraíso.

2

poetas alguns deles amam as palavras servem para ditar o ritmo o equilíbrio sonoro de um peido balança medido entre o silêncio e o ruflar das bandas se sacode minete de peito farto arrostando consigo os orelhas mais amigos.

3

à semântica se pegam debaixo dos laranjais poetas cruzam a infância merencória da pátria sem tempo ou espaço preferem o comezinho dos sentimentos expande uma dor aqui uma prisão ali chamando a dom pedro paipai.

(oswaldo martins)


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Walt Whitman


Aos que falharam

Aos que falharam, grandes na aspiração,
aos soldados sem nome caídos na vanguarda do combate,
aos calmos e esforçados engenheiros, aos pilotos nos barcos,
aos super-ardorosos viajantes,
a tão sublimes cantos e pinturas sem reconhecimento
– eu gostaria de erguer um momento coberto de louros
alto, bem alto, acima dos demais:
A todos os truncados antes do tempo,
arrebatados por algum estranho espírito de fogo,
tocados por morte prematura.

.

To Those Who’ve Fail’d.

To those who’ve fail’d in aspirations vast,
To unnamed soldiers, fall’n in front, on the lead,
To calm, devoted engineers, to over ardent
travellers, to pilots on their ships,
To many a song and picture without parturition,
I’d rear a laurel cover’d monument
High, high above the rest—to all cut off before
their time,
Possess’d by some great spirit of fire
Quenched by an early death.


– Walt Whitman, em “Folhas de Relva”. [seleção e tradução Geir Campos; ilustrações Darcy Penteado]. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1964; 2002.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

cosmologia do impreciso leituras

Amante escuálido.

Amante escuálido
El hijo de Cándida
Es un ser misterioso y escuálido
Que llegó a mi madrugada ebria
Con aire sur.
Amante de Francesca Woodman,
Amante mío.
De la oscuridad
Perturba-me
Aquel lado del seno
Hecho para sentir
Me entró con demasiada luz
Por los poros abiertos
Puso proa en mi jardín
De histerias mal remuneradas
Su obturador pasó a ser mi tormento…
Ser escuálido, no llegues
A mi fiesta
Vestido así.
No estoy lista
Tengo apuntes y brebajes hirsutos
Para el buen dormir.
No vengas
Mi reino puede ser demasiado común.
Darcy Borrero Batista (Palma Soriano, Santiago de Cuba, 1993). Graduada de Periodismo por la Universidad de La Habana y egresada del Centro de Formación Literaria Onelio Jorge Cardoso.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

entrevista

Umberto Saba

A Cabra

Falei com uma cabra.
Sozinha no prado, amarrada.
Saciada de erva, molhada
pela chuva, balava.

Aquele balido era fraterno
à minha dor. E eu respondi, primeiro
por graça, depois porque o sofrer é eterno,
tem uma voz não vária.
Esta voz senti
gemer naquela cabra solitária.

Numa cabra de perfil semita
senti que se queixavam outros males,
os da vida infinita.

La Capra

Ho parlato a una capra.
Era sola sul prato, era legata.
Sazia d"erba, bagnata
dalla pioggia, belava.

Quell"uguale belato era fraterno
al mio dolore. Ed io risposi, prima
per celia, poi perché il dolore è eterno.
ha una voce e non varia.
Questa voce sentiva
gemere in una capra solitaria.

In una capra dal viso semita
sentiva querelarsi ogni altro male,
ogni altra vita.

sábado, 14 de dezembro de 2019

brasil


o sargento-ajudante do 39. °
listras vermelhas de fardas
trincheira sinistra de corpos

últimos casebres submersos
o arremesso de um quadro
horror tangível dos mortos

mar e serão as vozes findas
atonia e assombro hosco
velho homens feitos criança

abra-se o livro da desdita
acentue-se a vertigem

que vive nos ossos
a abstrusa história

(oswaldo martins)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O helicóptero




Wesley Duke Lee (São Paulo, SP, 1931- 2010)
O helicóptero, 1968. Instalação
Coleção Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Antiodes

Quando as estruturas culturais sofrem os ataques mais sórdidos, quando seus agentes são postos como párias sociais, quando o próprio sentido de cultura é atacado e achincalhado, quando os detentores do poder propõem uma destruição tanto mais maciça quanto mais à margem do processo civilizatório, é necessário não calar, é necessário reagir e construir elementos de reflexão que combatam a arbitrariedade, o descaso e a ânsia por assassinar a todos que divergem do núcleo central de um pensamento único e falseador.”

(Oswaldo Martins entrevista sobre as Antiodes, para o jornal Tribuna de Minas, Juiz de Fora)

Veja integra da entrevista no link abaixo:

https://tribunademinas.com.br/blogs/sala-de-leitura/10-12-2019/oswaldo-martins-o-poeta-deve-ser-um-monstro-preenchido-de-sentidos.html

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Poesia catalã


Mula morta

Per què tremoles quan dius que m’estimes?
Per les trenta monedes?
Tremoles com qui viure?
O bé fremeixes pel costum del mal?
L’amor existeix, i és fort, i brilla,
i desafia el pes del cos,
el pes del vespre, el pes exagerat
dels anys que ens resten encara per viure.
L’amor existeix, però s’allunya
de la  gent com nosaltres, amor meu. [1]

(Sebastià Alzamora, Mula Morta)

*

Por que tremes quando dizes que me amas?
Pelas trinta moedas?
Tremes como quem vive?
Ou bem te estremeces pelo costume do mal?
O amor existe, e é forte, e brilha,
e desafia o peso do corpo,
o peso da tarde, o peso exagerado
dos anos que ainda me restam para viver.
O amor existe, mas se alonja
das pessoas como nós, meu amor.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Ana Chiara

III

Beija-flor parado
Tremor de asas
Também viaja
Suga alegria
Por deslocamentos mínimos

(Ana Chiara - Poema da travessia)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Rosalía de Castro - Poesia Galega


I – VAGUEDÁS

II

Bem sei que non hai nada
Novo en baixo do ceo,
Que antes outros pensaron
As cousas que ora eu penso.

E bem, ¿para que escribo?
E bem, porque así semos,
Relox que repetimos
Eternamente o mesmo.

(Rosalía de Castro – 1837-1885)


I – VAGUEDADES

II

Bem sei que não há nada de
Novo sob o céu,
Que antes outros pensaram
As cousas que ora eu penso.

Bem, para que escrevo?
Bem, porque somos assim:
Relógios que repetem
Eternamente o mesmo.

(Tradução de Andityas Soares de Moura)

domingo, 8 de dezembro de 2019

Iván Segarra Báez - Porto Rico


IX
"El hombre es mortal por sus temores e inmortal por sus deseos"
Pitágoras

Descubrimos que la vida se va asesinando
entre pétalos descalzos y llantos desnudos,
como símbolos desterrados
de pequeñas muertes desoladas y tristes.

El tiempo
va trasnochando horizontes muertos de frío
y todo se acuesta entre la nota absurda
de la sombra en pena de la risa muerta.

Descubrimos que los cuerpos son el cosmos,
un deseo que se retuerce en el mar de la lujuria.

(Iván Segarra Báez)

IX
“O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos”
Pitágoras

Descobrimos que a vida se vai assassinando
Entre pétalas desfolhadas e prantos desnudos,
Como símbolos desterrados
De pequenas mortes desoladas e tristes.

O tempo
Vai desvairando horizontes mortos de frio
E tudo se comprime entre a nota absurda
E a sombra penosa de um riso morto.

Descobrimos que os corpos são o cosmos,
Um desejo que se retorce em um mar de luxúria.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Dois poemas de Leopoldo María Panero


O QUE STÉPHANE MALLARMÉ QUIS DIZER COM OS SEUS POEMAS

Quis o velho dizer quando já a última lâmpada
no quarto estava apagada
e o sol não nos via, a serpente lançada
com as fezes do dia ao poço da memória
ao sonho que tudo apaga, ao sonho,
quis dizer o velho que as leis
do amor não são as leis do nada
e que somente abraçados a um esqueleto no mundo vazio
saberemos como sempre que o amor é nada,
e que o nada
sendo algo que com o amor e a vida
fatalmente rompe, pede uma ascese
e é por ele que uma cruz nos olhos e um
escorpião no falo representam o poeta
nos braços do nada, do nada cheio
dizendo que nem sequer Deus é superior ao poema.

(Contra Espanha e Outros Poemas de Não Amor, 1990
Tradução Jorge Melícias)


LO QUE STÉPHANE MALLARMÉ QUISO DECIR EN SUS POEMAS

Quiso el viejo decir cuando ya la última lámpara
en el cuarto estaba apagada
y el sol no nos veía, la sierpe lanzada
con las heces del día al pozo del recuerdo
al sueño que todo lo borra, al sueño,
quiso decir el viejo que las leyes
del amor no son las leyes de la nada
y que sólo abrazados a un esqueleto en el mundo vacío
sabremos como siempre que el amor es nada,
y que la nada
siendo así algo que con el amor y la vida
fatalmente rompe, quiere una ascesis
y es por ello que una cruz en los ojos, y un
escorpión en el falo representan al poeta
en brazos de la nada, de la nada henchido
diciendo que ni siquiera Dios es superior al poema.

(Leopoldo María Panero)


SERENIDADE

A Martin Heidegger

Só há duas coisas: o meu rosto desfigurado
e a dureza da pedra.
A consciência só se acende
quando o ser está contra ela:
e é por isso que todo o conhecimento
e a matriz de toda a figura
é uma ferida,
e apenas é imortal
o que chora.
E a noite, mãe da sabedoria
tem a forma inacabável do pranto.

(Ourives, 1994 - Tradução Jorge Melícias)


SERENIDAD

A Martin Heidegger

Sólo hay dos cosas: mi rostro desfigurado
y la dureza de la piedra.
La conciencia sólo se enciende
cuando el ser está contra ella:
y es así que todo conocimiento
y la matriz de toda figura
es una herida,
y sólo es inmortal
lo que llora.
Y la noche, madre de la sabiduría
tiene la forma inacabable del llanto.

(Leopoldo María Panero)


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

lenda


mato e acoito
na paragem bacamartes
brilho de relâmpago

noite mais silêncio
somam estandartes
tranco-de-reses

o levantamento
das pedras no oco
dos patrimônios

trilhas e alpercatas
sobem até onde deus
é uma igreja torta

que esquarteja e espalha
víveres para a manhã
do levante

(oswaldo martins)


terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Melhores livros lidos e relidos em 2019


Melhores livro lidos em 2019

1 – Nossa senhora do Nilo - Scholastique Mukasonga;
2 – O anjo azul – Heinrich Mann;
3 – A morte do pai – Karl Ove Knausgård;
4 – Dora sem véu – Ronaldo Correia de Brito;
5 – A segunda história – Cees Noteboom
6 – Pó de parede – Carol Bensimon;
7 – A vida em espiral – Abasse Ndione
8 – A fórmula secreta do professor – Yoko Ogawa
9 – Quando tinha cinco anos me matei – Howard Buten;
10 – Não está mais aqui quem falou – Noemi Jaffe.


Melhores releituras de 2019

1 – Mr Gwin – Alessandro Barico;
2 – O mestre e a Margarida - Mikhail Bulgákov;
3 – A bela senhora Seidenman – Andrzej Szczypiorski;
4 – Os sinos da agonia – Autran Dourado;
5 – Jogo em cena em Bolzano – Sandor Marái;
6 – Machamba – Gisele Mirabai;
7 – Relato de um certo Oriente – Milton Hatoun
8 – Beleza e triztreza – Ya sunari KKawabata;
9 – Inferno – Strindeberg
10 – País sem chapéu – Dany Laferrière


Melhores livros de poesia lidos em 2019

1 – Rebute – André Capilé;
2 – Sapé – Josoaldo Lima Rego;
3 – Coração pronto para o roubo – Manuel António Piva;
4 – Terra e paz – Yeuda Amichai;
5 – Só para maiores de cem anos – Nicanor Parra;
6 – Hérnia – Rogério Batalha;
7 – Os cinco bandidos – Kim Ji-Há;
8 – Variações sobre tonéis de chuva – Jan Wagner
9 – Estação Piedade – Elesbão Ribeiro
10 - Belo Horizonte Boulevards – Masé Lemos


domingo, 1 de dezembro de 2019

Femme Noire / Mujer Negra


Femme Noire


Femme nue, femme noire
Vêtue de ta couleur qui est vie, de ta forme qui est beauté!
J’ai grandi à ton ombre, la douceur de tes mains bandait mes yeux.
Et voilà qu’au cœur de l’Été et de Midi, je te découvre,
Terre promise, du haut d’un haut col calciné
Et ta beauté me foudroie en plein cœur, comme l’éclair d’un aigle.

Femme nue, femme obscure
Fruit mûr à la chair ferme, sombres extases du vin noir, bouche qui fait lyrique ma bouche
Savane aux horizons purs, savane qui frémis aux caresses ferventes du Vent d’Est
Tamtam sculpté, tamtam tendu qui gronde sous les doigts du vainqueur
Ta voix grave de contralto est le chant spirituel de l’Aimée.

Femme nue, femme obscure
Huile que ne ride nul souffle, huile calme aux flancs de l’athlète, aux flancs des princes du Mali
Gazelle aux attaches célestes, les perles sont étoiles sur la nuit de ta peau
Délices des jeux de l’esprit, les reflets de l’or rouge sur ta peau qui se moire
À l’ombre de ta chevelure, s’éclaire mon angoisse aux soleils prochains de tes yeux.

Femme nue, femme noire
Je chante ta beauté qui passe, forme que je fixe dans l’Éternel
Avant que le Destin jaloux ne te réduise en cendres pour nourrir les racines de la vie.

(Léopold Sedar Senghor – Senegal, 1906)


*

Mujer Negra

Mujer desnuda, mujer negra
Vestida en tu color que es vida, en tu forma que es belleza.
Crecí en tu sombra y la dulzura de tus manos me vendaba la mirada.
Y así que al corazón de nuestro otoño y medio día, te descubro,
Tierra prometida, de alturas y de altivo calcinado cuello
Y tu hermosura me fulmina el corazón, como del águila el destello.

Mujer desnuda, oscura
Fruta ya madura y con la carne firme, éxtasis oscuros de este vino negro, boca que hace lírica mi boca
Sabana de horizontes puros, sabana que estremece las caricias fervientes de los aires del Oriente
Tam tam tallado, tam tam tendido que gruñe con los dedos de quien vence
Tu voz grave de contralto es el canto espiritual de la amada.

Mujer desnuda, oscura
Óleo que no arruga el viento, bálsamo de calma en los costados del atleta, en los costados de los príncipes de Malí
Gacela de celestes atractivos, las perlas son estrellas en tu piel de noche
Delicias del espíritu y sus juegos, reflejos de oro rojo que en tu piel destella
A la sombra de tu cabellera, se aclaran mis angustias con los soles a tus ojos tan cercanos.

Mujer desnuda, mujer negra
Yo canto tu belleza ahora que pasa, la forma que en lo Eterno voy fijando
Justo antes que el Destino receloso te reduzca a las cenizas, para poder alimentar las raíces de la vida.

(Versión de Samuel Espinosa (Puebla, Pue., 1985)