segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

esparsos

 

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A poesia tem feito parte da minha vida desde muito cedo. Conta um papel que tenho guardado e me foi dado pelas minhas irmãs que os primeiros versos escritos são de quando tinha seis anos de idade. Aos seis anos eu não sabia de nada, nada. Apenas algumas impressões imprecisas restam na minha memória. Destes versos havia me esquecido completamente.

 

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Lembro-me de estar escrevendo regularmente já fazia um tempo, mas a única memória de eu empunhando um lápis, nesta época, foi a de duas palavras – dragão partido – que está no Resíduos do Drummond – de tudo fica um pouco – que escrevi na mesa da casa de meus pais, uns dias após a morte de meus avós, em acidente de automóvel.

O poema está perdido em alguma gaveta. Tudo o que se escreve com 15/16 anos está na medida do outro; a medida que tomamos como nossa, talvez até as palavras, surgem depois, muito depois, quando inventamos um ritmo próprio.

Entretanto era já leitor. A poesia que inicialmente me seduziu foi a de Bandeira, Drummond e Vinícius, que li levada por meu primo, em edições da Aguilar, aquela de capa verde e papel bíblia.

 

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A aventura da leitura sempre me acompanhou, desde sempre. O hábito foi sendo adquirido aos poucos. Uma curiosidade enorme pela voz alheia, pelo ambiente alheio, pelos sentimentos alheios talvez tenha sido o que as primeiras leituras me provocaram. Ao longo do tempo foram sendo incorporadas às atividades de aprendizado várias outras leituras. Houve uma época em que peguei todas as obras de Dostoievski e as li, uma após outra. Foram quase oito meses em que fiquei mergulhado nesse escritor. Fiz isso com alguns autores. Pedro Nava, Jorge Amado, Junichiro Tanizaki, José Lins, Sandor Marai, Coetzee, Yasunari Kawabata, Eça de Queiros, Autran Dourado, Machado de Assis e muitos outros.

Esse tipo de leitura me proporcionou saber do ritmo de cada um, além da forma com o pensamento se mostra. É valioso para quem, quando se mete a escrever, tendo ouvido pouco musical, aprender.

Daí que minha poesia foi aqui e ali descobrindo ritmo e se descortina com assinatura própria a partir da leitura de João Cabral, buscando aproximar-se na disciplina da construção e ao mesmo tempo se distanciar da dicção do para mim poeta maior.

2 comentários:

  1. Gostei muito de suas reflexões. Como você, amo João Cabral. Para mim também, ele é o poeta maior.

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  2. Oi Luciana, estou buscando fazer essas reflexões meio soltas. Obrigado,

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